Após a repercussão negativa, o governo federal revogou parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações internacionais com cartão de crédito, débito, pré-pago e compra de moeda em espécie. A medida passa a afetar diretamente consumidores que realizam transações no exterior, exigindo maior atenção às taxas embutidas e à comparação de preços entre instituições financeiras.
Revisão do IOF e suas implicações para o consumidor
Segundo as medidas anunciadas na última quinta-feira (22), o IOF para operações de cartão no exterior foi reduzido de 3,38% para 3,50%, enquanto o imposto para compra de moeda em espécie subiu de 1,10% para 3,50%. O governo explicou que a alteração foi uma necessidade técnica, como afirmou o ministro da Fazenda, Haddad, que declarou: “Tivemos que ser rápidos na revisão”.
Haddad também mencionou que conversou com o secretário Galípolo, mas não detalhou as medidas específicas sobre o IOF, reforçando a complexidade do momento. Segundo ele, a decisão envolveu ajustes para evitar impactos excessivos na economia e na vida financeira dos brasileiros.
Como as taxas elevadas afetam as operações no exterior
Empresas como Nomad, Wise e Avenue costumam oferecer câmbio comercial por valores mais vantajosos do que o dólar turismo ou as moedas em espécie. No entanto, é fundamental que o consumidor fique atento às diferentes taxas e encargos aplicados por cada instituição. Segundo Daniel Haddad, diretor da Avenue, a cotação utilizada pelas fintechs costuma ser mais favorável do que a praticada por cartões pré-pagos tradicionais.
Por exemplo, uma simulação na Nomad mostra que o dólar comercial pode sair a R$ 5,6683, mas com taxas e encargos, essa cotação sobe para aproximadamente R$ 5,98. Na Wise, o dólar comercial de R$ 5,6643 pode alcançar R$ 5,97 após a aplicação das taxas. Essas variações reforçam a importância de pesquisar e comparar as ofertas antes de realizar compras ou transferências no exterior.
Impactos do aumento do IOF na experiência do viajante
O sócio do Grupo Nimbus, João Henrique Gasparino, destaca que o aumento do IOF encarece as compras feitas com cartão no exterior, impactando o custo final das transações. “A vantagem das compras com cartão depende do produto e da cotação do dólar no momento”, explica.
Além disso, o aumento do imposto faz com que consumidores analisem melhor se a compra vale a pena, principalmente em itens de grande valor ou exclusividade. Gasparino também lembra que a reações nas redes sociais contribuíram para a rápida recuada do governo, que atuou para que o decreto entrasse em vigor apenas parcialmente.
Diferenças entre modalidades de câmbio e estratégias de proteção financeira
O novo IOF em cartões praticado no exterior agora é igual ao incidente sobre a aquisição de moeda em espécie (3,50%), eliminando a vantagem fiscal que existia na compra de dinheiro em espécie. Especialistas alertam que, embora as modalidades fiquem semelhantes em termos de tributação, diferenças operacionais e cambiais ainda justificam a preferência por cartões de crédito, principalmente pela comodidade e segurança.
Haddad sugere que usuários avaliem não só o aspecto tributário, mas também o serviço oferecido, incluindo a possibilidade de uma conta internacional que proporciona uma vida financeira mais ampla no exterior, com pagamentos, recebimentos e investimentos em moeda forte.
Conta internacional: uma estratégia de diversificação e proteção
O serviço de conta internacional, voltado para investimentos e transferências de moeda estrangeira, tem uma alíquota de IOF de 1,1%, menor que o 3,5% incidido sobre cartões no exterior. Essa alternativa é especialmente relevante para quem busca diversificar riscos, pois reforça a possibilidade de manter parte do patrimônio fora do país.
De acordo com Haddad, essa diferença de IOF pode incentivar a internacionalização financeira dos brasileiros, cuja preocupação com controle de capitais aumentou após o debate do governo. Para o sócio do Grupo Nimbus, Gasparino, essa tendência pode acelerar a busca por alternativas que preservem o patrimônio frente a riscos de limitações na remessa de recursos ao exterior.
Perspectivas futuras e análise de risco
Especialistas afirmam que, apesar da menor carga tributária sobre contas de investimento, o aumento do IOF para operações de câmbio no exterior reforça a necessidade de o consumidor avaliar cuidadosamente os custos envolvidos. Além disso, destaca-se que o cenário de controle de capitais pode afetar a liquidez e a rentabilidade de quem investe ou envia recursos ao exterior.
Por fim, a medida reforça o papel do mercado financeiro na preservação do patrimônio, estimulando estratégias de diversificação internacional e maior atenção às taxas praticadas pelas instituições financeiras.
Para acompanhar as mudanças e planejar melhor suas operações financeiras, o consumidor deve consultar fontes confiáveis e comparar opções antes de realizar transações internacionais.
Fonte: oglobo.globo.com
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