Brasil, 24 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Vereadora Thabatta Pimenta denuncia transfobia durante sessão na Câmara de Natal

A vereadora Thabatta Pimenta (PSOL-RN) foi alvo de ataques transfóbicos na Câmara Municipal de Natal enquanto defendia seus ideais.

A última sessão da Câmara Municipal de Natal, realizada na última terça-feira, se transformou em um palco de intolerância e agressões verbais contra a vereadora Thabatta Pimenta, do PSOL. Durante o debate sobre a concessão do título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a parlamentar foi alvo de discursos recheados de transfobia, com ofensas como “mulher do Paraguai” e insinuações sobre sua identidade de gênero, referindo a ela como alguém que possui “dois sexos”. Esses ataques ocorreram em um contexto delicado, onde Pimenta expressava sua indignação quanto à gestão federal durante a pandemia de COVID-19, uma questão pessoal, tendo perdido sua mãe para a doença.

O registro de uma ocorrência e o combate à violência

Em resposta às ofensas que sofreu, Thabatta Pimenta registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra os responsáveis pelos ataques. O caso agora está sendo investigado pela Polícia Civil. “A atitude da parlamentar busca responsabilizar os autores das ofensas e reforça seu compromisso com a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ e o combate à discriminação”, declarou a equipe da vereadora, que fez história ao ser a primeira mulher trans eleita para a Câmara de Natal.

Repercussão do ato de transfobia

Thabatta Pimenta utilizou seu discurso na Câmara para fazer um apelo à segurança de todos os vereadores, citando casos trágicos de atentados e mortes que têm marcado a política brasileira. “A Câmara nos ignorou! Fingiu que nada aconteceu! A segurança aqui é um caos, com atentados e mortes de vereadores em todo o país! Vão esperar acontecer aqui dentro?” desabafou a vereadora, expressando sua preocupação com a proteção dos parlamentares que atuam em meio a um ambiente hostil.

A luta contínua contra a discriminação

As agressões sofridas por Pimenta refletem um cenário alarmante no Brasil. Dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, analisados pelo Disque 100, mostram um aumento de 45% nas ocorrências de violência contra a população trans e um crescimento de 73% nas violações relacionadas a esse grupo no último ano, em comparação a 2023. No total, 22.293 violações foram denunciadas, evidenciando a necessidade urgente de um combate mais efetivo à transfobia e as ameaças que a comunidade LGBTQIA+ enfrenta diariamente.

Aumento da visibilidade e a resposta do governo

Especialistas e ativistas explicam que, apesar do crescimento das denúncias está incorporado ao melhor acesso aos serviços de denúncia, a ausência de medidas concretas do governo federal para proteger a população trans é uma questão crítica, especialmente em um contexto onde se intensificam pautas chamadas de “anti-trans” tanto no Brasil quanto internacionalmente. “A situação é alarmante e precisamos unir forças para que não sejam apenas números, mas vozes que exigem respeito e dignidade”, afirmou um dos ativistas que acompanhou os desdobramentos do caso.

A visibilidade da vereadora nas redes sociais

Thabatta Pimenta também se destaca como influenciadora digital, acumulando quase um milhão de seguidores no Instagram, onde se descreve como “influenciadora, ativista e mãe atípica”. Suas postagens sobre diversidade, inclusão e empatia visam não apenas informar, mas sensibilizar um público amplo sobre as questões enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+.

O incidente na Câmara Municipal de Natal é um lembrete de que, apesar dos avanços em termos de direitos civis, a luta contra a transfobia e pela dignidade de todos ainda está longe de ser vencida. Thabatta Pimenta se coloca na linha de frente dessa luta, buscando não apenas justiça para si mesma, mas também para todos aqueles que foram e continuam sendo vítimas de preconceito e discriminação.

Que situações como essa sirvam para fomentar diálogos sobre respeito e proteção dos direitos humanos, garantindo que todos, independentemente de sua identidade de gênero, possam se sentir seguros e respeitados em seus ambientes.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes