Brasil, 24 de maio de 2025
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Comandante da Marinha nega mobilização de blindados em golpe de Estado

O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, afirmou que não houve planejamento para o uso de blindados em uma tentativa de golpe em 2022.

O comandante da Marinha do Brasil, Marcos Sampaio Olsen, fez uma declaração contundente nesta sexta-feira, enfatizando que não houve nenhuma “ordem, mobilização ou planejamento” para o emprego de veículos blindados que pudessem vislumbrar uma tentativa de golpe de Estado no período eleitoral de 2022. Essa afirmação surge no contexto de investigações que envolvem seu antecessor, Almir Garnier Santos, e um suposto plano articulado por Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A declaração no Supremo Tribunal Federal

Olsen compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa de Garnier, na ação penal que apura as circunstâncias da alegada trama golpista. Durante seu depoimento, o comandante foi questionado pelo advogado Demóstenes Torres acerca de uma nota oficial divulgada pela Marinha em novembro de 2024, que reiterava a ausência de qualquer mobilização de tanques ou veículos blindados.

“Em momento nenhum houve ordem, mobilização ou planejamento do emprego de veículos blindados para fins que impeçam ou restrinjam o exercício dos Poderes constitucionais”, afirmou Olsen de maneira clara e incisiva.

A investigação sobre a suposta tentativa de golpe

A nota da Marinha foi emitida após a apresentação do relatório final da Polícia Federal (PF), que investigou possíveis tentativas de conduzir uma ação golpista. No documento, foi mencionada uma mensagem que havia sido recebida pelo tenente-coronel Mauro Cid. Esta mensagem, que se referia ao tenente-coronel da reserva Sergio Cavaliere, afirmava que era “patriota” e que havia “tanques no arsenal prontos” para utilização.

O relato, que foi considerado substancial, foi transmitido ao tenente-coronel Cid por um contato identificado apenas como “Riva”, que permanece anônimo. Segundo Riva, Garnier era descrito como “PATRIOTA” e havia também “tanques no Arsenal prontos”. Essas informações levantaram preocupações em relação à possibilidade de uma mobilização militar em apoio a um golpe.

Resposta da Marinha e defesa de Garnier

Em resposta às alegações que surgiram durante a investigação, a Marinha reiterou, em nota, que a “constante prontidão dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e nem será desviada para servir a iniciativas que impeçam ou restrinjam o exercício dos Poderes Constituicionais.”

A defesa de Almir Garnier Santos, por sua vez, nega que ele tenha concordado com qualquer plano golpista. Essa negação é fundamental para a construção da defesa do ex-comandante, que enfrenta graves acusações e é objeto de escrutínio público devido ao atual cenário político no Brasil.

Com as investigações ainda em curso, as afirmações de Olsen estabelecem um panorama de contradições que permeiam a narrativa em torno da tentativa de golpe e da participação ou não de membros das Forças Armadas. O futuro deste episódio pode impactar não apenas os indivíduos envolvidos, mas também a percepção pública sobre as instituições militares e sua relação com a democracia brasileira.

O desdobramento deste caso acompanha o cenário político em evolução no Brasil, onde a confiança nas instituições e a legitimidade do processo democrático estão sendo constantemente desafiadas. A continuação das audiências na STF e o trabalho da PF são essenciais para que se esclareçam essas questões e se resguardem os princípios democráticos do país.

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