Brasil, 23 de maio de 2025
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Encontro sinodal discute política e justiça ecológica nas universidades

Reitores de universidades se reúnem na PUC-Rio para debater a justiça ecológica e o impacto das políticas sociais.

No próximo mês de maio de 2025, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) será palco do II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum, promovido pela Rede de Universidades para o Cuidado da Casa Comum (RUC). Este evento visa refletir sobre o papel da política como a concretização do sonho social, enfatizando a intersecção entre a política e a ecologia, como preconizado pelo Papa Francisco em sua exortação “Querida Amazônia”.

Justiça ecológica integral e diálogo social

Durante o encontro, o foco estará na temática da “Justiça Ecológica Integral e Diálogo Social”, identificada como a política mais eficaz para a promoção da dignidade humana. A análise do estado político atual servirá como ponto de partida para relacionar política e ecologia, conforme destacado por Alex Villas Boas, da Universidade Católica Portuguesa. Inspirado na obra de Michel de Certeau, o acadêmico abordou questões como a inteligência poliédrica de Michel Foucault e a crítica à auto-referencialidade do conhecimento, além de discutir a intersecção entre agenda religiosa e agenda política.

A realidade política dos Estados Unidos, caracterizada por muros e uma visão estreita, foi analisada por Victor Carmona, da Universidade de San Diego. Carmona defendeu a necessidade de iniciativas que ampliem horizontes e promovam a inclusão, destacando a importância do diálogo entre Teologia, Filosofia e Ciências Sociais, conforme mencionado por Enrique del Percio, da Universidade de San Isidro, na Argentina.

A política como um bem comum

Ernesto Villanueva, da Universidade Nacional Arturo Jauretche, na Argentina, enriqueceu o debate ao evocar a ideia platônica de que “a política é uma preocupação com o bem comum”. Ele enfatizou que as organizações coletivas são essenciais para evitar a especialização excessiva e promover uma atuação sustentável em todas as áreas da política global.

Por outro lado, Fernando Ponce de León, da Universidade Católica do Equador, provocou reflexão ao questionar se a política ainda tem o poder de encantar os cidadãos. Ele mencionou a prevalência da indiferença e a antipolítica, sugerindo que podemos estar frente a uma realidade em que a ecologia é promovida sem a necessária articulação política.

Caminhando juntos para causar impacto

A necessidade de uma articulação profunda entre as universidades foi destacada por Susana Nuín, da Universidade Sofia. Ela defendeu que, para fazer um impacto político significativo, instituições educativas devem se unir em torno do bem coletivo, promovendo o diálogo entre as realidades acadêmicas e a região amazônica, com o intuito de gerar transformações sociais e ambientais.

Oscar Alpa, da Universidade Nacional de La Pampa (Argentina), ressaltou que a política como uma preocupação coletiva é ainda mais imprescindível em tempos de antipolítica. Para Alpa, as universidades devem formar jovens conscientes de seu papel ativo na sociedade, alinhando-se com a ideia de “faça bagunça” anunciada pelo Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude.

Dialogando com o poder político e as comunidades indígenas

O encontro também contará com a presença da Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, que abordará a importância do diálogo com os diversos setores da sociedade civil e a urgência de manter a democracia no Brasil. A ministra expressou sua preocupação em relação à recente legislação que compromete a proteção ambiental no país, sublinhando que é essencial preservar a biodiversidade para garantir a qualidade de vida das próximas gerações.

Aos participantes, Marina Silva pediu que se amplie o diálogo com os povos indígenas, reconhecendo suas contribuições e saberes ancestrais sobre a preservação ambiental. “A COP 30 não deve ser apenas um evento, mas sim o início de uma implementação real das políticas de proteção à nossa casa comum”, afirmou a ministra, reiterando que cabe a todos nós assumir um compromisso ético em relação à conservação do meio ambiente.

Certamente, o II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum serve como uma plataforma crucial para estimular o diálogo, promover a justiça social e ecológica, e reforçar a importância da colaboração entre universidades e comunidades, em busca de um mundo mais sustentável e equitativo.

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