Brasil, 23 de maio de 2025
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Expectativa de fabricantes brasileiros para exportações a partir de 2025

Apesar das novas tarifas dos EUA, empresários esperam manter o volume de exportações em 2025 e continuam otimistas com o mercado americano.

A expectativa dos fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos é manter o volume de exportações para os Estados Unidos em 2025, mesmo diante da nova política tarifária americana, que impôs uma sobretaxa de 10% sobre as importações desse setor. Os EUA representam o principal mercado internacional para as máquinas e equipamentos brasileiros, e em 2024, o Brasil exportou US$ 13,2 bilhões em produtos desse tipo, sendo US$ 3,5 bilhões destinados ao mercado americano, o que corresponde a 26,9% do total.

A importância do mercado americano para o Brasil

As exportações de máquinas e equipamentos para os EUA têm uma longa história, marcada por uma participação significativa que se mantém estável, com pequenas variações, desde os anos 2000. Segundo Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), a resistência do Brasil como um dos principais fornecedores de máquinas é notável. “Esse patamar de participação dos EUA nas exportações brasileiras é histórico”, afirma Zanella.

Destaca-se que, no ano passado, quase a metade das exportações brasileiras destinadas aos americanos correspondeu a equipamentos da linha amarela, totalizando cerca de US$ 1,8 bilhão. Esses itens incluem carregadeiras, escavadeiras, compactadores, entre outros, voltados para a construção civil e a mineração. No entanto, o Brasil ainda representa pouco mais de 1% das importações americanas no setor, sendo superado por países como México e China.

Impactos da nova política tarifária

Com a nova política tarifária adotada pelo governo Trump, que dobrou a alíquota média de importação das máquinas brasileiras, a dúvida se instala: como isso afetará as exportações e a competitividade brasileira? “É cedo para avaliar os possíveis impactos. O que podemos dizer é que o México, que não foi sobretaxado, terá uma vantagem competitiva em relação ao Brasil”, comenta Zanella.

Além disso, a executiva ressalta que, embora os EUA tenham um know-how significativo na produção de máquinas, o custo para produzir localmente é elevado. “É uma decisão empresarial avaliar se a produção nos EUA será mais competitiva que a importação sobretaxada”, observa. Assim, muitos produtos brasileiros podem continuar a competir mesmo diante das novas tarifas.

Estratégias das empresas brasileiras

A Volvo CE é um exemplo de empresa que aposta na manutenção do volume exportado. Luiz Marcelo Daniel, presidente da empresa na América Latina, afirma: “Nossa expectativa é manter o mesmo nível de exportações em 2025, mesmo com as novas tarifas.” A unidade brasileira da Volvo CE, que exporta 80% de sua produção de caminhões articulados para os EUA, gerou, em 2024, uma receita de US$ 300 milhões com a venda de 1.100 unidades.

Outra gigante do setor, a CASE Construction Equipment, que produz tratores de esteira em sua fábrica em Contagem, também mantém comunicado positivo sobre o mercado americano. Henrique Sá, líder da CASE na América Latina, informa que as novas tarifas não geraram um impacto significativo nas vendas até o momento e prevê a manutenção do volume de exportações para 2025. “A presença no mercado americano é estratégica para fortalecer nossa marca no cenário internacional”, conclui Sá.

Em Contagem, a empresa produz um leque variado de equipamentos, desde retroescavadeiras até pás carregadeiras, consolidando seu papel no mercado. Apesar do cenário incerto com a nova sobretaxa, a confiança das empresas brasileiras se reflete em suas estratégias e no compromisso com a inovação e qualidade de seus produtos.

Concluindo

As fabricantes brasileiras de máquinas e equipamentos se preparam para enfrentar os desafios impostos pela nova política tarifária dos EUA. Com um histórico sólido de exportações e um mercado americano em constante demanda por equipamentos de qualidade, as expectativas continuam altas para 2025. A adaptação e a resiliência se tornam palavras-chave para a continuidade do sucesso desses empresários no cenário internacional.

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