Brasil, 23 de maio de 2025
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Senado aprova projeto que flexibiliza licenciamento ambiental

The approval of a controversial project that dismantles environmental licensing regulations in Brazil has raised significant concerns among environmentalists and government officials. The measure, which received 54 votes in favor and 13 against, has been labeled a “deadly blow” to environmental protections by Minister Marina Silva.

Impactos da nova proposta de licenciamento

A proposta aprovada pelo Senado enfraquece os órgãos de fiscalização e reduz a exigência de estudos técnicos para liberar empreendimentos. Agora, na maioria dos casos, uma simples autodeclaração será suficiente para que empresas obtenham licenças para operar. Embora essa mudança possa parecer benéfica para aqueles que desejam empreender, especialistas alertam que cria brechas para aqueles que não se importam com a preservação ambiental.

Um exemplo prático dessa preocupação é a dificuldade em imaginar que infratores, como desmatadores, busquem o governo para informar suas intenções de poluir rios ou derrubar florestas. Assim, a nova legislação poderia abrir as portas para uma exploração indiscriminada dos recursos naturais, comprometendo a integridade dos ecossistemas do país.

A lógica do “liberou geral”

O sistema atual de licenciamento ambiental já apresenta gargalos que frequentemente atrasam a emissão de licenças para empresas que cumprem as normas. No entanto, em vez de modernizar esse sistema, o Senado optou pela alternativa de flexibilizar as regras. Essa abordagem, segundo críticos, pode gerar sérios danos ecológicos e tornar o Brasil ainda mais vulnerável a desastres ambientais.

A reação do Senado e o papel da bancada ruralista

A bancada ruralista no Senado aproveitou a oportunidade para atacar ambientalistas e servidores do Ibama, rotulando-os como radicais e inimigos do progresso. Senadores como Hiran Gonçalves e Plínio Valério afirmaram que o Brasil precisa se modernizar e que não devem ser mais submetidos à lógica de ONG e ambientalistas.

Esse tipo de discurso reflete uma crescente polarização entre interesses econômicos e a necessidade de proteção ambiental, evidenciando as divisões ideológicas que permeiam o Congresso Nacional. Omar Aziz, por exemplo, provocou ao dizer que “quem sabe o que é viver na Amazônia é quem mora lá”, sugerindo uma desconexão entre as políticas ambientais e a realidade local.

Consequências a médio e longo prazo

Os impactos dessa nova legislação são alarmantes. Especialistas afirmam que o desmonte da legislação ambiental provavelmente acarretará um custo alto para o Brasil, aumentando a ocorrência de eventos climáticos extremos, como as secas no Pantanal e as enchentes no Rio Grande do Sul. Além disso, a nova norma pode complicar negociações comerciais, como o acordo entre Mercosul e União Europeia.

Com a iminente COP30 no horizonte, a reputação do Brasil como um líder em desenvolvimento sustentável está em jogo. O país que se prepara para receber o mundo e discutir práticas sustentáveis é o mesmo que afrouxa suas leis ambientais em favor do agronegócio e da exploração de recursos naturais. Essa contradição pode criar um embaraço crítico nas relações internacionais.

A força do senador Davi Alcolumbre

A votação no Senado revelou também a influência do senador Davi Alcolumbre, que tem mostrado poder ao lidar com questões relacionadas ao Ibama e à exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Enquanto isso, Marina Silva se viu isolada e impotente, com o governo mostrando pouco apetite para intervir em favor das legislações de proteção ambiental. Contudo, é fundamental ressaltar que essa não é apenas uma derrota pessoal da ministra, mas sim uma perda que afeta toda a sociedade.

À medida que o Brasil avança em suas promessas de sustentabilidade, decisões como esta instigam debate e reflexão sobre o futuro da preservação ambiental no país. É vital que a sociedade civil esteja atenta e mobilizada, lutando por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção dos nossos recursos naturais.

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