Brasil, 23 de maio de 2025
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Justiça começa julgamento de casal acusado de som sumir R$ 63 milhões em sacas de café

Casal é acusado de apropriação indébita após desaparecer com 20 mil sacas de café em Altinópolis, SP, causando prejuízos a produtores rurais.

A Justiça de Altinópolis, SP, iniciou nesta quinta-feira (22) o julgamento de Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira e Guilherme Osório de Oliveira, acusados de apropriação indébita qualificada. O casal teria sumido com 20 mil sacas de café, avaliadas em aproximadamente R$ 63 milhões, que estavam guardadas em seus depósitos. Os réus, que já foram presos em janeiro deste ano, tiveram a prisão preventiva revogada pela Justiça em abril.

Acusações e implicações

A apropriação indébita qualificada ocorre quando alguém obtém vantagem econômica com o bem de outra pessoa. No caso, Marina e Guilherme são acusados de comercializar o café que não pertencia a eles. O caso, que está sob segredo de Justiça, vem gerando grande expectativa entre as vítimas e produtores da região. Nesta audiência, vários produtores que alegam ter sido lesados participaram como testemunhas, revelando o impacto devastador que a situação trouxe para suas vidas.

O produtor Osmar Cardoso da Silva, que teve 675 sacas de café desaparecidas, estima um prejuízo de R$ 1,6 milhão. Em sua declaração, Osmar expressou a dor e a sensação de perda diante da situação: “Há 10 anos a gente negociava com eles, nunca teve problema, e agora a última venda que a gente teve estourou o negócio lá. É difícil para o agricultor”.

O impacto sobre os produtores rurais

Outro caso alarmante é o de Patrícia Crivelenti, que sofreu um prejuízo estimado em R$ 18 milhões. Ela relata que esteve em contato com o casal um dia antes de sua fuga, o que gera ainda mais desespero e frustração. “Eles sempre diziam que iriam acertar, mas a cada momento que a conversa evoluía, nós sentimos muito nervosismo da parte deles. Quando retornamos, já haviam desaparecido”, afirmou Patrícia, que sempre confiava no trabalho deles desde 2020.

Com o desaparecimento das sacas, muitos produtores se vêem em situações financeiras delicadas, colocando em risco suas operações agrícolas e o futuro de suas famílias. O uso dos depósitos do casal era uma prática comum entre os agricultores, que agora enfrentam a amarga realidade de suas perdas.

Desdobramentos legais e investigações

O processo de julgamento é complexo e pode levar tempo devido à necessidade de ouvir uma grande quantidade de provas e testemunhas. A Justiça ainda precisa determinar a responsabilidade de Marina e Guilherme nesse caso grave. Em janeiro, 55 produtores rurais formalizaram denúncias contra o casal, que atuava na área de armazenagem de grãos há mais de uma década.

A Polícia Civil, após as denúncias, encontrou os armazéns do casal vazios, levantando suspeitas de que o café possa ter sido vendido no exterior. Além disso, 22 bens do casal foram bloqueados por ordem da Justiça, o que indica uma tentativa de ressarcir os produtores lesados.

Guilherme e Marina foram considerados foragidos por um período e foram encontrados em Caraguatatuba (SP) em janeiro. Desde então, eles permanecem em liberdade, mas estão sujeitos a medidas cautelares impostas pelo Judiciário.

A expectativa das vítimas

As expectativas estão altas entre os produtores que participaram da audiência. Muitos deles estão esperançosos de que a Justiça possa trazer uma resposta rápida e efetiva, coordenando um julgamento que não apenas culpe os réus, mas que também leve a um ressarcimento justo pelos danos incorridos. Com suas famílias e negócios em jogo, a pressão sobre o sistema judiciário é maior do que nunca.

A situação vai além de uma disputa legal; trata-se de um teste de moralidade e ética na oportuna resolução de casos de fraudes que impactam diretamente a economia local e a vida de trabalhadores rurais que se dedicam ao cultivo do café, um dos produtos mais emblemáticos do Brasil.

Assim, o caso de Marina e Guilherme se torna um reflexo das dificuldades enfrentadas pelos agricultores brasileiros e da importância de um sistema judiciário que funcione rapidamente em situações que afetam a vida de cidadãos e o desenvolvimento econômico de uma região.

O desfecho desse julgamento promete ser acompanhado de perto por todos os que se sentem lesados, esperando que a justiça prevaleça e que os responsáveis por essa grave irregularidade sejam responsabilizados adequadamente.

Para mais informações sobre o andamento das notícias e atualizações sobre o caso, acompanhe o g1 Ribeirão e Franca.

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