O dia 22 de junho trouxe grandes movimentações no mercado financeiro brasileiro, especialmente em função do anúncio de medidas econômicas pelo governo. O dólar comercial, que chegou a cair para R$ 5,59 no início da tarde, encerrou o dia em alta, sendo cotado a R$ 5,661, uma variação de R$ 0,018 (+0,32%). Enquanto isso, a bolsa de valores, que operou em alta de 0,69% durante o dia, reverteu a tendência e fechou com uma queda de 0,44%, aos 137.273 pontos.
Repercussão das medidas durante o pregão
A volatilidade do mercado foi amplamente influenciada pelos anúncios feitos pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, que informaram sobre o congelamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento de 2025. Inicialmente, essa notícia gerou uma reação positiva entre os investidores, que viram o congelamento como um esforço do governo para conter gastos e dar mais segurança fiscal ao país.
No entanto, a dinâmica começou a mudar à medida que surgiram boatos sobre possíveis mudanças na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Havia especulações de que as remessas de divisas para o exterior poderiam ser taxadas, o que levou investidores a aumentar a compra de dólares e enviar parte de seus recursos para fora do Brasil. O próprio ministro Fernando Haddad teve que se pronunciar ao vivo para desmistificar esses rumores e tranquilizar o mercado.
Alterações no IOF e suas implicações
Às 17h30, pouco antes do fechamento do pregão, o governo finalmente detalhou as novas políticas relacionadas ao IOF. As medidas anunciadas incluem uma padronização nas alíquotas e um aumento do imposto para grandes contribuintes e empresas. Embora o governo tenha sinalizado que essas mudanças visam aumentar a arrecadação, a incerteza sobre como isso afetará os investimentos e a economia como um todo ainda paira no ar.
Desempenho do mercado nesta semana
Em comparação ao desempenho do mês, a moeda norte-americana acumula uma queda de 0,28% em junho, e uma desvalorização significativa de 8,39% ao longo de 2025. Enquanto a bolsa caiu 1,38% somente na última semana, sua performance mensal permanece positiva, com um avanço de 1,63% até o momento.
Fatores externos e internos
É interessante notar que, apesar da relativa tranquilidade nos mercados internacionais, as movimentações desta quinta-feira foram predominantemente influenciadas por fatores internos. O contexto fiscal do Brasil e as reações dos investidores a anúncios governamentais mostraram-se cruciais para o desempenho do real e do Ibovespa.
Investidores e analistas permanecerão atentos a novos desdobramentos, tanto no cenário fiscal quanto nas políticas monetárias, que podem impactar o mercado e a economia nos próximos meses. As expectativas para o restante do ano ainda estão carregadas de incertezas, e as decisões do governo, bem como a reação dos mercados internacionais, serão fundamentais para a estabilidade financeira do Brasil.
*Com informações da Reuters
