Brasil, 23 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Policial militar é absolvido pela morte de jovem em abordagem

Leandro Marques de Castro foi absolvido no julgamento do caso Wilque Romano, que ocorreu em Formoso do Araguaia em 2018.

Após um julgamento marcado por tensões, o policial militar Leandro Marques de Castro foi absolvido da acusação de homicídio qualificado relacionados à morte de Wilque Romano da Silva, de 19 anos. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Gurupi, no sul do Tocantins, e se estendeu até a madrugada de quinta-feira, 22 de maio. Este caso, que comoveu a população local, reabre discussões importantes sobre a atuação da polícia e as circunstâncias de abordagens em situações de potencial risco.

O caso de Wilque Romano

Wilque Romano foi morto a tiros no dia 3 de janeiro de 2018, durante uma abordagem policial em Formoso do Araguaia. Segundo informações da Polícia Militar, o jovem teria tentado fugir e disparado contra os policiais. No entanto, a família de Wilque afirmou que ele não estava armado e que não tinha passagem pela polícia, levantando dúvidas sobre a versão oficial dos fatos. A mãe de Wilque, Valdirene Romana da Silva, enfatizou que seu filho não andava armado e descreveu a abordagem como letal e injustificada: “A polícia mandou ele virar as costas e no que ele virou, a polícia atirou nele”, relatou.

Desdobramentos do julgamento

O julgamento teve início na quarta-feira, 21 de maio, e se baseou em evidências, depoimentos e a análise da conduta do policial durante a abordagem. O juiz Valdemir Braga de Aquino Mendonça presidiu o júri, que decidiu pela absolvição de Leandro Marques de Castro, considerando que as evidências não sustentavam a acusação de homicídio. Os jurados isentaram o réu do pagamento de custas processuais, destacando a decisão como uma resposta àquilo que foi discutido no tribunal.

Paulo Roberto da Silva, advogado de Leandro, comemorou a decisão e afirmou que a absolvição era a única saída possível diante das provas apresentadas. “O júri decidiu de acordo com as provas dos autos, e uma decisão muito sábia que a sociedade local tenho certeza que aprovou”, declarou. Leandro respondeu ao processo em liberdade, o que chamou a atenção para questões sobre a justiça e a segurança pública no estado.

Reações e implicações sociais

O resultado do júri gerou reações diversas na comunidade. Enquanto a defesa celebra a absolvição, muitos questionam a efetividade do sistema judicial em casos que envolvem a morte de civis durante abordagens policiais. A ausência de uma clara responsabilidade e as divergências entre a versão da polícia e a narrativa da família de Wilque Romano continuam a criar fissuras na confiança entre a população e as forças de segurança.

A promotor responsável pelo caso, que denunciou Leandro em junho de 2018, ainda não se manifestou sobre a possível intenção de recorrer da decisão. O resultado do julgamento reflete a complexidade de casos que envolvem a atuação policial e a necessidade urgente de uma profunda reflexão sobre a formação e as práticas adotadas pelos agentes de segurança no Brasil.

Contexto e visão crítica

O caso de Wilque Romano é emblemático e exemplifica um problema recorrente no Brasil: a relação conflituosa entre a polícia e a população, especialmente em comunidades vulneráveis. A abordagem policial segue sendo um tema delicado, frequentemente cercado de polêmicas, que expõe a fragilidade do aparato de segurança e a urgência de reformas que garantam o respeito aos direitos humanos durante operações de rotina.

Wilque, um jovem sem histórico criminal, tornou-se uma estatística trágica de um cenário onde a morte de civis em situações de abordagem é, infelizmente, frequente. A sociedade clama por mais transparência, responsabilidade e medidas efetivas que evitem que casos como esse se repitam no futuro.

A luta por justiça não termina com essa absolvição. A família de Wilque e a sociedade civil organizada agora voltam seu olhar para a necessidade de políticas públicas que garantam que a segurança não se sobreponha ao direito à vida e à dignidade humana.

Este caso destaca não apenas a importância da justiça, mas também a urgência de um debate aberto e transformador sobre a segurança pública no Brasil, que deve envolver todos os segmentos da sociedade para construir um futuro mais seguro e justo para todos.

Leia mais sobre o caso na fonte

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes