Está oficialmente aberta a temporada de caça aos puxadores de voto para as 70 cadeiras da Câmara dos Deputados em São Paulo. A disputa ganhou novas emoções, especialmente com a possível saída de grandes candidatos que se destacaram nas eleições de 2022. Enquanto o PL, famoso por sua forte votação nas últimas eleições, enfrenta a perda de seus principais votos, o PSOL e o PT também se preparam para enfrentar desafios em busca de novos nomes para atrair eleitores.
O cenário das candidaturas e as mudanças no PL
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, se encontra em uma situação crítica. Os quatro candidatos mais votados em 2022, como Carla Zambelli, que foi condenada e é inelegível, e Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside fora do país, não participarão da próxima eleição. Com a perda de 17 cadeiras na Câmara, o PL está desesperadamente buscando novos representantes que possam preencher esse vazio. A estratégia inclui tentar trazer figuras políticas com potencial de atrair votos, como os deputados estaduais Major Mecca e Gil Diniz.
Além disso, a possível candidatura de Renato Bolsonaro, sobrinho de Jair, é considerada, apesar de suas dificuldades anteriores para conquistar cargos públicos. O cenário gera incertezas sobre quem ocupará as vagas deixadas pelos atuais deputados federais e como isso afetará a dinâmica política do partido.
PSOL e PT: O que está em jogo
No PSOL, a tensão é palpável com a possibilidade de que Guilherme Boulos, o deputado federal mais votado em 2022, torne-se ministro no governo Lula. Essa mudança geraria uma forte crise interna, pois a sigla pode perder sua principal “puxadora” de votos, especialmente considerando a saída da ex-prefeita Luiza Erundina, que não deve mais se candidatar devido à idade.
Por outro lado, o PT busca reviver a carreira política de Marta Suplicy, que também não está definida para um cargo específico. O partido está considerando a candidatura de Eduardo Suplicy, que já foi um forte candidato em 2022, mas com seu estado de saúde e idade avançada, essa possibilidade traz incertezas. O PT ainda busca fortalecer sua base com nomes mais jovens, como Luna Zarattini.
Novas apostas e estratégias de inclusão
O PSD está explorando um novo caminho ao filiar o funkeiro MC Gui, visando atrair um eleitorado jovem e diversificado. Essa estratégia visa romper com a política tradicional e mostrar que celebridades do mundo do entretenimento também podem se envolver em ações políticas. A ideia é que essa nova abordagem possa inspirar outros influenciadores a buscar uma atuação partidária.
Por sua vez, o MDB está focado em reeleger seus deputados, buscando manter filas de apoio na política regional. Baleia Rossi e outros nomes que já foram testados nas eleições estão prontos para atuar novamente, enquanto o PSB mantém a esperança em Tabata Amaral, apostando em seu crescimento como candidata, caso consiga se desvincular de suas experiências recentes nas eleições municipais.
Desafios e oportunidades para outros partidos
Os desafios não param por aí. O PSDB, por exemplo, ainda não revela sua estratégia eleitoral e parece estar aguardando resultados de negociações com o Podemos. Enquanto isso, o Novo planeja novos candidatos, com um foco claro em cargos majoritários que podem desviar a atenção de representantes tradicionais. A possível candidatura de Ricardo Salles ao governo faz parte dessa estratégia de diversificação.
A situação dos partidos está em constante mudança, e muitas outras candidaturas podem surgir à medida que a proximidade da eleição se intensifica. A temporada está apenas começando e as movimentações políticas nas próximas semanas trarão ainda mais surpresas ao cenário eleitoral de São Paulo.
Com a saída de figuras proeminentes e a introdução de novas apostas, os partidos precisam se adaptar rapidamente para garantir que consigam representar adequadamente os anseios do eleitorado paulista. O que está em jogo nesta eleição não é apenas a conquista de cadeiras, mas também a renovação e a inovação na forma de fazer política.