Os servidores do Poder Judiciário de São Paulo tomaram uma decisão importante nesta quarta-feira, 21 de maio. Durante uma assembleia geral realizada na Praça João Mendes, no centro da capital paulista, eles aprovaram, por unanimidade, a continuidade da greve que teve início no dia 14 deste mês. A principal reivindicação da categoria é a reposição salarial de 25,24%, a qual foi calculada com base nas perdas inflacionárias acumuladas desde 2012.
Reivindicações e Contexto da Greve
A greve, que já dura uma semana, reflete a insatisfação dos servidores em relação ao tratamento que recebendo pelo Tribunal de Justiça. Segundo eles, em 2024, o índice de perda salarial chegava a 30,24%. Contudo, o Tribunal concedeu apenas 5% de reajuste, sem promover qualquer negociação ou diálogo com os representantes dos servidores. A falta de comunicação entre as partes foi um dos principais motivos que levaram à decisão de paralisação.
De acordo com Carlos Giannazi, deputado estadual pelo PSOL e participante da assembleia, o orçamento do Tribunal de Justiça alcançou o maior valor da história, totalizando cerca de R$ 19 bilhões. Esse fato levanta questões sobre a necessidade de diálogo e negociação adequada com os servidores, considerando o aumento significativo no orçamento.
Impacto da Greve na População
Os servidores, representados pela Assojubs, uma das associações que congregam esses trabalhadores, apontam que a inércia do Tribunal em apresentar propostas efetivas de negociação é um dos fatores que mantém a greve. “Não temos outra escolha senão continuar lutando pelos nossos direitos”, afirmou um dos representantes durante a assembleia. A paralisação visa garantir que as autoridades responsáveis reconheçam e cumpram com suas obrigações salariais.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, procurada para comentar sobre os impactos da greve na população e nos serviços prestados, afirmou que “os índices de adesão à greve são insignificantes frente ao contingente de servidores do TJSP.” Essa declaração, no entanto, não diminui a seriedade da situação enfrentada pelos trabalhadores, que buscam soluções concretas para suas demandas.
O Futuro da Movimentação
Com a continuidade da greve, os servidores planejam ações mais intensas, incluindo manifestações e atos públicos, para chamar a atenção da sociedade e das autoridades sobre sua luta por melhores condições salariais. Eles acreditam que a união e a mobilização são as chaves para conquistar melhorias e garantir que suas vozes sejam ouvidas de forma efetiva.
As próximas semanas serão cruciais para o desenrolar desse movimento. O desfecho do impasse dependerá da disposição do Tribunal para dialogar e buscar uma solução que atenda às expectativas dos servidores. Enquanto isso, a luta por direitos trabalhistas e por uma remuneração justa continua a ser uma prioridade para esses profissionais que atuam em um dos pilares do setor público.
A situação atual destaca a importância da valorização do servidor público e a necessidade de negociação que considere as atualizações econômicas e a inflação, elementos fundamentais para assegurar dignidade e respeito aos trabalhadores. A greve dos servidores do Judiciário de São Paulo, portanto, não é apenas uma reivindicação por salários, mas uma luta por reconhecimento e dignidade profissional.