Brasil, 22 de maio de 2025
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Gripe aviária no Brasil: similaridade genética entre casos é elevada

Análise mostra 99% de similaridade entre vírus da gripe aviária em granja e zoológico no Rio Grande do Sul.

A recente descoberta de uma análise genética realizada pelo Laboratório Nacional de Defesa Agropecuária trouxe à tona preocupações sobre a gripe aviária no Brasil. O estudo revelou 99% de similaridade entre os vírus da gripe aviária coletados em uma granja de Montenegro e no zoológico de Sapucaia do Sul, ambos localizados no Rio Grande do Sul. A confirmação desses focos da doença levou o Ministério da Agricultura a intensificar as medidas de vigilância sanitária e a investigar a origem da contaminação. Apesar da alta similaridade, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do estado ainda afirma que não é possível estabelecer uma relação direta entre os dois casos.

A similaridade entre os vírus e suas implicações

Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, explicou que as amostras dos dois locais apresentam características genéticas muito próximas, o que sugere que o vírus pode ter uma origem comum. No entanto, ele reiterou que ainda não se pode afirmar que houve uma transmissão direta entre as aves da granja e do zoológico. O entendimento atual é de que o vírus encontrado na granja comercial se originou do ambiente externo e não de uma circulação interna na produção animal.

“Isso representa que as amostras que estavam presentes na granja comercial em Montenegro não são fruto de uma circulação dentro do sistema comercial, vieram do ambiente externo”, explica Mota. A contaminação pode estar relacionada a diversas fontes, como água ou alimentos. O especialista também mencionou que as granjas vizinhas foram sob vigilância, sem que outros casos fossem detectados, o que contribui para a hipótese de que estamos diante de um caso isolado até o momento.

Vigilância intensificada e medidas de controle

Em resposta à confirmação dos focos de gripe aviária, as autoridades sanitárias realizaram inspeções em 540 propriedades rurais localizadas a um raio de 10 km da granja afetada. As visitas se estenderam a 19 propriedades dentro de um raio mais próximo, onde aves estão presentes. Rosane Collares, diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal, anunciou que todas as propriedades serão novamente vistoriadas a partir do dia 24, uma semana após a primeira visita.

Além disso, foram instaladas sete barreiras sanitárias que operam 24 horas por dia, desinfectando veículos para evitar a disseminação do vírus. Até o momento, mais de mil veículos já passaram por este processo de desinfecção. A continuidade dessas ações é fundamental, uma vez que o Brasil precisa registrar um período de 28 dias sem novos casos para poder se pronunciar como livre da gripe aviária e retomar as exportações que foram suspensas por alguns países.

Impactos na produção avícola e no consumo

A gripe aviária, particularmente a cepa H5N1, não representa um risco para a saúde humana pela ingestão de carne de aves e ovos, conforme afirmado pelo Ministério da Agricultura. Contudo, a presença da doença sensibiliza o setor avícola, visto que o Brasil é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo. Um controle eficaz é vital para proteger a indústria e os meios de subsistência de milhões de brasileiros que dependem desse setor.

Desde 2022, o Ministério da Agricultura investigou cerca de 4 mil casos de Síndrome Respiratória e Nervosa em aves. Deste total, apenas 4% foram confirmados como gripe aviária, a maior parte em aves silvestres. O monitoramento constante e a aplicação de tecnologias no combate à gripe aviária, como aplicativos desenvolvidos por universidades, são fundamentais para o acompanhamento da situação em tempo real e para garantir a saúde do setor avícola.

Conclusão: A vigilância contínua é a chave

Com a confirmação de caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul e a similaridade genética identificada entre os vírus, a situação exige atenção redobrada das autoridades e da sociedade. A luta contra a gripe aviária depende de um esforço conjunto para evitar qualquer risco à saúde pública e minimizar os impactos na cadeia produtiva. Enquanto isso, especialistas recomendam que os consumidores continuem confiantes na segurança de consumir produtos avícolas, pois não há evidências de que a gripe aviária possa ser transmitida através da ingestão. O Brasil aguarda agora a evolução dos próximos dias para determinar as próximas ações na luta contra essa doença.

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