O trágico caso da professora de pilates Larissa Rodrigues, que morreu em Ribeirão Preto, São Paulo, em março deste ano, continua a despertar grande atenção da sociedade e da mídia. Larissa foi encontrada morta em seu apartamento, e investigações apontam para um possível envenenamento. O promotor de Justiça, Marcos Túlio Nicolino, revelou que a última atividade no celular da vítima ocorreu por volta das 23h do dia 21 de março. Ela não pediu socorro durante a crise de saúde que precedeu sua morte, ocorrida na manhã seguinte.
A cronologia dos eventos
O médico Luiz Antonio Garnica foi quem encontrou Larissa caída no banheiro por volta das 10h do dia 22 de março. Segundo o promotor, a última movimentação no celular dela indica que não houve tentativas de comunicação após as 23h: “O aparelho não recebeu chamadas nem mensagens, o que sugere que, enquanto ela estava passando mal, não conseguiu acessar o dispositivo”, explicou Nicolino.
O laudo necroscópico indicou que Larissa morreu por volta das 5h do mesmo dia. O celular da professora, assim como os de Garnica e sua mãe, Elizabete Arrabaça, foram apreendidos e estão sob perícia para ajudar a esclarecer os acontecimentos que levaram à morte da vítima.
Pressão sobre as suspeitas
De acordo com as investigações, a sogra de Larissa, Elizabete, foi a última pessoa a vê-la com vida. Elizabete permaneceu com a nora das 21h do dia 21 até cerca de 0h50 do dia seguinte, conforme documentos apresentados pelo síndico do prédio em que Larissa morava. A defesa de Elizabete sustenta que ela não teve envolvimento no crime, sugerindo que outra pessoa pode ter entrado no apartamento após sua saída. “É possível que esta dinâmica tenha ocorrido, mas temos o depoimento do síndico, que confirma a presença da senhora Elizabete no local”, destacou o advogado Bruno Corrêa.
Indícios de envenenamento
O laudo toxicológico confirmou que Larissa foi envenenada com chumbinho, um veneno comumente utilizado para matar roedores. O promotor Nicolino revelou que Larissa mencionou a amigos que estava se sentindo mal sempre que sua sogra a visitava, levando a polícia a suspeitar que Elizabete talvez tenha agido de forma gradual para intoxicar a professora.
Adicionalmente, foi encontrada uma conversa entre Elizabete e uma amiga, onde ela indagava sobre a possibilidade de obtenção de chumbinho, levantando mais suspeitas sobre seu envolvimento no caso.
Motivações por trás do crime
As investigações ainda estão em andamento e a Polícia Civil e o Ministério Público trabalham com a acusação de homicídio, incluindo qualificadoras como motivação torpe, uso de veneno e feminicídio. Fontes próximas ao caso indicam que a descoberta de uma relação extraconjugal de Garnica e o pedido de divórcio por parte de Larissa podem ter sido motivações para o crime.
Larissa revelara nas últimas mensagens enviadas a seu marido que pretendia se reunir com um advogado para discutir a separação, o que poderia justificar uma possível disputa por bens. O médico, que admitiu a traição, afirmou à polícia que passou a noite fora, pois estava com a amante. Isso apenas reforça a possibilidade de uma situação tensa entre o casal, que poderia ter sido explorada pela sogra.
Os desdobramentos legais
Até o momento, Luiz Antonio Garnica e Elizabete Arrabaça estão sob investigação, sendo a sogra a única a ser presa temporariamente. A continuação do inquérito deverá esclarecer as motivações e a dinâmica que culminaram nesse crime trágico. Com a análise das comunicações entre os suspeitos e Larissa, a investigação espera encontrar respostas para as dúvidas que cercam o caso.
A morte de Larissa Rodrigues não só deixou uma família em luto, mas também gerou um sentimento de indignação na comunidade local. Este caso ressalta a importância de uma investigação detalhada e minuciosa para que a justiça seja feita e os responsáveis, punidos.
Os próximos passos na investigação serão cruciais para estabelecer a verdade sobre este caso que chocou Ribeirão Preto e demonstrar, mais uma vez, que os crimes contra mulheres não podem ser ignorados pela sociedade.