Brasil, 23 de maio de 2025
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CEO da Nvidia critica restrições de chips e alerta para concorrência chinesa

Jensen Huang afirma que ações dos EUA impactaram negativamente a presença da Nvidia no mercado chinês, que caiu de 95% para 50%.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, não poupou palavras ao caracterizar como um “fracasso” as restrições impostas pelos Estados Unidos à venda de chips para a China. A medida, que visava limitar o crescimento de concorrentes no setor de tecnologia, acabou, segundo ele, configurando um impulso para empresas chinesas, como a Huawei, que têm acelerado o desenvolvimento de chips nacionais.

A queda na participação da Nvidia no mercado chinês

O executivo destacou que a participação da Nvidia no complexo e competitivo mercado chinês despencou de 95% para apenas 50% devido às ações restritivas impostas pelo governo americano. Em uma declaração durante a Computex, evento tecnológico em Taipei, Huang frisou que a política de restrição de exportação não apenas falhou em seus objetivos, mas também incentivou os rivais locais a se tornarem capazes de competir no mesmo nível.

“Os pesquisadores chineses de IA estão usando seus próprios chips. As empresas locais são muito determinadas. Os controles sobre exportação lhes deram o espírito para competir, e o apoio do governo acelerou seu desenvolvimento,” afirmou Huang, refletindo sobre a feroz concorrência que a Nvidia enfrenta atualmente na China.

Impacto das novas regulações

O CEO da Nvidia também criticou as novas regras americanas referentes ao licenciamento de chips de IA, argumentando que essas regulamentações estão prejudicando a inovação no setor. Huang defendeu a necessidade de ampliar, ao invés de restringir, o acesso à tecnologia, se os Estados Unidos almejam manter uma posição de liderança na corrida tecnológica global.

Dentre as normas recentes, um sistema de licenciamento em três níveis para chips destinado a data centers foi introduzido, o que gerou preocupações sobre as restrições à venda de chips americanos. As novas regras, que foram anunciadas durante o governo Biden, criaram um ambiente de incerteza e limitaram as oportunidades de mercado para as empresas do país na arena internacional.

Efeitos sobre as relações EUA-China

A situação é ainda mais complexa considerando as tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China. A receita de exportação para países vistos como potenciais inimigos políticos, como a China e a Rússia, foi severamente restringida, criando um cenário em que apenas alguns países têm acesso irrestrito aos semicondutores americanos. Isso levanta questões sobre como as empresas americanas poderão se comportar em um mercado global cada vez mais isolado.

“Huang alertou que o objetivo de apenas permitir o desenvolvimento de IA em nações aliadas pode prejudicar, a longo prazo, a posição das empresas americanas que se dedicam à produção de chip,” apontou um especialista em tecnologia. “As empresas de tecnologia dos Estados Unidos precisam encontrar maneiras de inovar, mesmo sob pressão política.”

As consequências financeiras para a Nvidia

Em termos financeiros, as restrições também trouxeram consequências diretas para a Nvidia. No início de 2025, a proibição de venda do chip H20 para a China resultou em uma baixa contábil de impressionantes 5,5 bilhões de dólares nos resultados da companhia, evidenciando que as decisões da política de exportação podem impactar de maneira significativa as finanças de gigantes da tecnologia.

Conforme as tensões e os conflitos comerciais entre os dois países continuam a crescer, as expectativas sobre como o governo dos EUA responderá às preocupações levantadas por líderes do setor como Huang são incertas. O futuro das relações comerciais e a posição dos EUA na corrida de tecnologia são temas que merecem a atenção de investidores e analistas.

Reflexões finais

As declarações de Jensen Huang não só revelam uma preocupação crescente com a diminuição da presença da Nvidia no mercado chinês, mas também trazem à tona debates sobre as políticas de exportação dos EUA e suas consequências no panorama tecnológico global. Em um cenário onde a China investe pesado em seu desenvolvimento tecnológico, incluindo a inteligência artificial, fica claro que as empresas americanas enfrentam um desafio crescente para se manterem no topo.

Como resultado, a compreensão do cenário competitivo, a adaptação às novas normas e a inovação contínua serão vitais para que a Nvidia e outras empresas americanas não apenas sobrevivam, mas prosperem na nova era tecnológica.

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