Brasil, 22 de maio de 2025
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99Food promete taxas zero para restaurantes, mas com cláusulas polêmicas

A 99Food volta ao mercado de delivery com taxa zero, mas regras geram polêmica entre os restaurantes.

A 99 Food, braço de delivery da 99, causou alvoroço nas últimas semanas ao anunciar seu retorno ao mercado de entrega de comida, oferecendo aos restaurantes dois anos sem taxas e comissões. A chegada da gigante chinesa Meituan e a postura mais agressiva da Rappi deixaram o cenário mais competitivo, que é dominado pelo iFood. No entanto, as regras impostas pela 99Food têm gerado críticas e preocupações entre os empresários do setor.

Condições e críticas ao contrato da 99Food

O contrato da 99Food traz cláusulas que exigem que os restaurantes ofereçam preços iguais aos praticados em seus estabelecimentos físicos para que possam usufruir da isenção de taxas. Essa prática não é bem recebida, uma vez que muitos restaurantes ajustam seus preços no delivery para cobrir os altos custos associados às plataformas de entrega. O temor é que essa exigência possa reduzir significativamente os ganhos esperados, mesmo com a promessa de um aumento de até 20% nos lucros mensais sem as taxas.

Outro ponto que gerou preocupação é que os restaurantes devem oferecer entrega grátis para os dois primeiros pedidos de cada cliente. A avaliação de muitos especialistas do setor é de que essa exigência pode criar um custo elevado para os restaurantes, já que novos clientes representam uma parte importante dos pedidos. Assim, o oferecimento de frete grátis pode comprometer a margem de lucro desses estabelecimentos.

Retaliações e penalidades: o que pode acontecer?

O contrato também menciona que a não conformidade com as regras pode levar a punições, como a diminuição da visibilidade no aplicativo. Punições podem ser aplicadas, por exemplo, por “atrasos recorrentes”, mas a 99Food não define claramente qual critério seria suficiente para desencadear essa penalização, aumentando a apreensão dos restaurantes sobre sua futura colaboração com a plataforma.

A 99Food, por outro lado, se defende e justifica essas condições. A empresa argumenta que a política de preços iguais visa oferecer um benefício concreto aos consumidores, além de afirmar que, mesmo sem taxas, os restaurantes podem economizar com a aquisição de novos clientes.

Justificativas da 99Food e promessas de rentabilidade

A empresa afirma que o custo de entrega é uma parte pequena em relação ao valor do pedido, e que esse investimento poderá resultar na fidelização de novos clientes, o que, segundo eles, é a chave para um ecossistema mais lucrativo para todos os envolvidos. “Estamos criando uma cadeia mais rentável, que atrairá mais consumidores e, por consequência, aumentará as oportunidades de lucro para todos”, informou a empresa.

Com relação à exigência de entrega grátis para novos clientes, a 99Food defende essa política como um investimento em base de clientes. A empresa considera que, ao conectar os restaurantes com uma vasta base de clientes, o valor da entrega se torna irrelevante em comparação às oportunidades que surgem com uma nova clientela.

Pontos controversos: clareza nas regras

Outro item que gerou critiques é a falta de clareza sobre os critérios que podem levar a punições. A 99Food afirmou que não existem punições específicas para os restaurantes, mas que haverá revisões de casos em que a experiência do consumidor possa ser impactada, sem que isso leve necessariamente a restrições ou bloqueios.

“As regras serão esclarecidas no aplicativo para os restaurantes, que estará disponível em breve”, concluiu a 99Food em resposta às solicitações por mais transparência em seu contrato.

Vale lembrar que o setor de delivery de comida no Brasil tem visto um crescimento explosivo nos últimos anos, e a entrada de novas plataformas só aumenta a diferença no mercado. Neste cenário, resta aguardar se as estratégias da 99Food conseguirão atrair usuários e se as preocupações dos restaurantes em relação às cláusulas contratuais encontrarão respostas satisfatórias.

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