Na última segunda-feira (20/5), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, realizou uma reunião com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O objetivo do encontro era estabelecer o “marco zero” da gripe aviária (H5N1), uma etapa crucial que define o início do período de 28 dias durante o qual, caso não surjam novos focos da doença, o Brasil poderá ser declarado livre da contaminação. Porém, o encontro terminou sem essa definição, aumentando a preocupação com a propagação do vírus.
Primeiros casos e a situação atual do surto
O Brasil vive uma fase crítica por conta da gripe aviária. O primeiro foco da doença foi identificado em uma granja comercial localizada em Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura confirmou esse caso na sexta-feira (16/1) e, além disso, também relatou a morte de 38 cisnes em um zoológico na cidade de Sapucaia do Sul, o que levanta mais alarmes sobre a saúde das aves no Brasil.
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta predominantemente aves silvestres e domésticas, embora possa afetar os humanos em situações raras e com baixo risco. Os principais sintomas nas aves incluem dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e alta mortalidade. Todas as suspeitas de gripe aviária devem ser imediatamente notificadas às autoridades competentes.
De acordo com protocolos sanitários, foi estipulado que o marco zero da gripe aviária poderia ser estabelecido na quarta-feira (21/5), porém, a ausência da conclusão nos trabalhos de desinfecção em solo gaúcho fez com que essa previsão não se concretizasse. O governador Eduardo Leite enfatizou que o trabalho de desinfecção precisa ser robusto para prevenir a possível propagação da doença pelo Brasil: “Não será possível ser amanhã, porque tem que ser muito robusto mesmo. Isso vai garantir que nos 28 dias subsequentes não teremos novos focos”, afirmou.
A importância dos protocolos sanitários
A questão da gripe aviária é de extrema importância não apenas para a saúde pública, mas também para a economia do estado e do país. O governador Leite mencionou que o retorno às exportações de produtos avícolas está atrelado ao cumprimento rigoroso dos protocolos sanitários. “O importante é demonstrar internacionalmente a credibilidade do nosso serviço sanitário. Precisamos garantir que as ações adotadas reflitam a segurança necessária para aqueles que compram nossos produtos”, disse.
As autoridades destacam que a parceria entre governo federal, estadual e municipal é essencial para um controle eficaz da situação. Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, reforçou essa sinergia e destacou a importância do município de Montenegro em assegurar que o foco da gripe aviária não se espalhe pelo restante do Brasil.
Investigação e resultados negativos
Atualmente, três casos suspeitos de gripe aviária estão em investigação nos estados de Santa Catarina, Tocantins e Ceará. Embora amostras tenham sido coletadas em granjas de subsistência em Salitre (CE), Nova Brasilândia (MT) e Triunfo (RS), os resultados das análises revelaram que esses focos não apresentavam a doença, trazendo um alívio temporário às autoridades e à população.
No entanto, as restrições nas exportações permanecem. Países como China, União Europeia, Argentina, Chile, Uruguai, México, Canadá, África do Sul, Coreia do Sul e Japão suspenderam total ou parcialmente suas compras de produtos avícolas oriundos do Brasil. Essa situação reforça a necessidade de um controle rigoroso e eficiente para evitar danos aos produtos e à economia do país.
Com a união de esforços entre os níveis de governo, espera-se que o Brasil consiga superar este desafio e retomar sua posição no mercado internacional de produtos avícolas em breve. Mas, para isso, a estrutura sanitária precisa demonstrar sua capacidade de manter a segurança em relação à gripe aviária.
O monitoramento contínuo e a adoção de boas práticas nas granjas são fundamentais para garantir a sanidade dos animais e a proteção da saúde pública em todo o território nacional.
