Brasil, 21 de maio de 2025
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Defesa da visita de Lula à Rússia no Dia da Vitória

Mauro Vieira justifica a viagem de Lula a Moscou, ressaltando a importância histórica da celebração e as críticas enfrentadas.

Na última terça-feira (20), o chanceler brasileiro, ministro Mauro Vieira, se apresentou no Senado para justificar a controversa viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Moscou, ocasião das celebrações do Dia da Vitória, que este ano marcou os 80 anos do triunfo sobre o nazismo na 2ª Guerra Mundial. A viagem, realizada no último dia 9 de maio, foi defendida por Vieira como um ato simbólico, desvinculado de qualquer outro contexto político ou militar.

A importância histórica da celebração

Durante sua fala, Mauro Vieira enfatizou que a viagem a Moscou tinha um objetivo específico: celebrar a derrota do nazismo. “A viagem à Rússia foi única e exclusivamente uma celebração. Não houve outra intenção e não houve uma participação em outro sentido. Foi uma celebração do fim da Segunda Guerra Mundial e do perigo do nazismo que assolou o mundo”, afirmou o chanceler. Ele ressaltou que a vitória sobre o nazismo deve ser celebrada, e que 80 anos após o evento, era essencial reconhecê-lo.

O chanceler ainda destacou a participação histórica do Brasil na Segunda Guerra Mundial, onde cerca de 20 mil soldados brasileiros lutaram ao lado dos aliados, enfrentando baixas significativas. “Os 26 milhões de cidadãos da URSS vitimados pela guerra, dos quais cerca de 20 milhões eram da então Rússia, são um lembrete do custo humano desse conflito. É consenso entre historiadores que, sem o esforço soviético, o desfecho da guerra teria sido bem diferente”, complementou.

Críticas à visita de Lula

A visita de Lula, no entanto, não foi isenta de controvérsias. Partidos da oposição e setores da mídia brasileira interpretaram a viagem como um suporte ao presidente russo, Vladimir Putin, no contexto atual da guerra na Ucrânia. Em resposta a essas críticas, Mauro Vieira foi enfático ao afirmar que Lula tem se oposto à invasão da Ucrânia desde o início do conflito. “O governo brasileiro defende o diálogo com todos os países, incluindo a Rússia, para uma solução pacífica e negociada”, disse ele.

Durante a viagem, Vieira informou que o Brasil reiterou seu compromisso de buscar um entendimento negociado para o conflito na Ucrânia, em parceria com a China. O encontro entre Lula e Putin foi descrito por ele como “totalmente de acordo com as posições da política externa brasileira”, que se propõe a manter relações diplomáticas com diversas nações.

O chanceler também frisou que a presença de Lula na Rússia demonstra a proatividade da diplomacia brasileira e o compromisso do governo com o multilateralismo e a resolução pacífica de conflitos. “Essa foi a tônica do encontro bilateral mantido com o presidente russo”, afirmou.

Além de discutir questões relacionadas à guerra na Ucrânia, Lula também aproveitou o encontro para abordar temas de interesse bilateral, como a relação comercial entre Brasil e Rússia, que ultrapassa os US$ 12 bilhões, com foco na importação de fertilizantes para a agricultura brasileira. A visita visou fortalecer essa parceria estratégica em diversos campos, como comércio, energia e tecnologia.

Asilo à ex-primeira-dama do Peru

Durante sua audiência no Senado, o chanceler Mauro Vieira também foi questionado sobre o asilo político concedido à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção. Ele justificou essa decisão alegando razões humanitárias, explicando que o governo peruano não se opôs ao asilo e que a saúde da ex-primeira-dama, que passou por uma cirurgia grave, foi um fator determinante.

“Ela está em recuperação e tem um filho menor de idade. A concessão do asilo respeitou um rito protocolar. A situação exigia uma decisão rápida devido à urgência humanitária, não cabendo discussão sobre o mérito da condenação”, concluiu Vieira.

As recentes ações e declarações do governo brasileiro refletem um posicionamento diplomático firme, buscando equilibrar as relações internacionais em momentos de tensão global.

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