A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) será o palco do II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum, que ocorrerá de 20 a 24 de maio de 2024. O evento comemora o 10º aniversário da encíclica Laudato si, um documento fundamental do Magistério Pontifício, que aborda questões ambientais e sociais de maneira abrangente.
Um compromisso com a Casa Comum
A proposta deste encontro é reunir 200 universidades de todo o continente americano e da Península Ibérica, com o objetivo de consolidar o compromisso universitário com o cuidado da Casa Comum, especialmente destacado neste ano, em que o Brasil será sede da COP 30. O evento sucede a primeira reunião “Organizando a Esperança”, realizada em 2023, com a participação do Papa Francisco, e é organizado pela Rede Universitária para o Cuidado da Casa Comum (RUC), com o apoio da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL).
O reitor da PUC-Rio, padre jesuíta Anderson Antônio Pedroso, enfatiza que o mundo universitário compõe um ecossistema complexo que, ao se unir, pode contribuir de maneira significativa para a sociedade. Segundo ele, o Papa Francisco alerta para a importância de incluir todos, promovendo a convergência para além de crenças e convicções pessoais. “A emergência climática nos exige soluções conjuntas. Não podemos pensar um mundo globalizado apenas virtualmente; precisa haver uma conexão real entre as pessoas e as ações”, afirma o reitor.
Igreja como um ator global
O evento é visto por Pedroso como uma sequência da reunião anterior com o Papa Francisco, que reafirma a relevância da Igreja como um ator global. Ele observa que “o poder de convocação está a serviço da humanidade”, e a Igreja tem conseguido abordar questões fundamentais de forma sistêmica. Este legado do Papa Francisco é, sem dúvida, um dos principais motores das discussões que ocorrerão durante o encontro.
O reitor destaca que, ao reunir universidades de diversos países e realidades, o encontro representa uma força significativa, um verdadeiro despertar das Américas. “Estamos unindo o continente, que é extraordinário e paradoxal, com riqueza e pobreza coexistindo. Trazer todos juntos é um feito importante. A interação com a Europa, através da Península Ibérica, fortalece as raízes culturais comuns que temos”, diz ele.
O papel transformador das universidades
Segundo o reitor, unificar o continente por meio das universidades proporciona um instrumental potente para consolidar essa união. “As instituições universitárias são lugares de pensamento, criatividade e ciência, além de serem guardiãs da democracia. Elas possuem a autonomia necessária para fomentar o pensamento crítico e construtivo, essenciais para formar as novas gerações”, ressalta. A liberdade de cátedra e a autonomia do pensamento são pilares que sustentam essa missão.
Um congresso em um momento de transformação
O congresso ocorrerá em um contexto eclesial significativo, com a mudança no pontificado. O Colégio Cardinalício expressou ao novo Papa o desejo de continuar os processos iniciados pelo antecessor, como a ecologia integral e a conversa ecológica. O reitor da PUC-Rio destaca que “o Congresso é uma consequência desse processo, nascendo da iniciativa da RUC e sendo bem apoiado pelo Cardeal Prevost”.
Ele complementarmente menciona que a rede de universidades possui autonomia, mas é impulsionada pela Pontifícia Comissão para a América Latina, que oferece apoio um sustentáculo essencial para o evento. “O tripé formado pela rede que promove o encontro, a Pontifícia Comissão e a PUC-Rio, anfitriã no Brasil, que é sede da COP30, ilustra o esforço global do evento”, finaliza o padre Anderson.
Assim, o II Encontro Sinodal de Reitores da PUC-Rio surge como uma grande oportunidade para reflexões e ações concretas a respeito da crise ambiental, propondo não apenas debates, mas o fortalecimento de um compromisso efetivo com a Casa Comum e a ecologia integral que permeiam a miscelânea de culturas através da educação.