Brasil, 20 de maio de 2025
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Militares envolvidos em plano golpista tiram férias durante operação

Dois militares acusados de liderar a tentativa de golpe para sequestrar autoridades tiraram férias no momento crucial da trama.

Dois militares que supostamente lideraram a frente operacional do plano “Punhal Verde e Amarelo”, uma iniciativa que previa o sequestro e assassinato de autoridades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, se afastaram de suas atividades militares durante um período crítico da trama golpista. O afastamento ocorreu enquanto estavam em fase avançada no monitoramento das vítimas, levantando sérias preocupações sobre a condução do Exército sob suas ordens.

O plano de golpe

Conforme informações fornecidas pelo Exército, os militares Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima ficaram liberados de suas obrigações entre novembro e dezembro de 2022, após a derrota de Lula nas eleições. Eles estão entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que serão analisados em audiência na próxima terça-feira. A PGR alega que ambos lideraram ações de campo para o monitoramento e neutralização de figuras públicas, além de estar diretamente envolvidos na elaboração de um golpe de Estado que utilizaría técnicas militares e terroristas.

De acordo com investigações, Oliveira, que atuava no Comando de Operações Especiais (Copesp), conhecido como “Joe” entre os colegas, articulou diretamente o plano com o então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Ele comprou uma passagem aérea entre Goiânia e Brasília poucos dias antes da viagem, o que poderia indicar a intenção de realizar uma operação sem transparência.

Denúncias e evidências

A PGR sustenta que a aproximação entre as férias de Oliveira e os encontros precursores do golpe sugere uma ligação intencional entre os eventos. Ambos os militares participaram de reuniões em Brasília com outros conspiradores, incluindo Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, onde o plano começou a ser traçado. Em uma das reuniões, em 12 de novembro, foram discutidos os detalhes e os próximos passos do “Punhal Verde e Amarelo”.

Fatos chocantes apareceram durante as investigações, incluindo o uso de celulares descartáveis e arrecadação de R$ 100 mil para financiar o golpe — dinheiro que teria sido entregue por amigos do agro. Especificamente, Oliveira teria se encontrado com Cid no Palácio do Planalto em 6 de dezembro, onde Bolsonaro estaria ciente da situação.

Durante o período em que tiraram férias, Oliveira e Ferreira Lima participaram ativamente das discussões e formulações do plano golpista. A denúncia da PGR revela que eles utilizaram veículos oficiais para se deslocar entre Goiânia e Brasília, reforçando a suspeita de que continuaram trabalhando em atividades ilícitas mesmo com o afastamento oficial do serviço.

Indiciados e repercussão

Os militares em questão enfrentam acusações sérias, entre elas organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Lembrando que o plano visava assassinar não apenas Moraes e Lula, mas também o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Caso os acusados sejam considerados culpados, as consequências irão além das punições individuais e impactarão a confiança do público nas instituições armadas do país. O contexto atual é de preocupação, uma vez que as Forças Armadas têm sido objeto de intensa discussão acerca de sua estabilidade e lealdade ao governo democráticos.

As atividades destes militares levantam questões sobre a responsabilidade das autoridades em monitorar o comportamento dos membros das Forças Armadas e o seu papel na sociedade. Este caso ressalta a necessidade de um debate mais amplo sobre a relação entre o Exército e a política brasileira, especialmente em períodos de crise.

O desfecho da audiência da PGR poderá determinar não apenas o futuro desses militares, mas também o impacto na estrutura de comando do Exército e suas operações, crucial para a estabilidade do regime democrático no Brasil.

A expectativa agora é que o processo legal siga seu curso e que as explicações sobre o comportamento dos militares sejam dadas à sociedade, fortalecendo a tentativa de restaurar a confiança nas instituições democráticas do país.

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