O Brasil enfrenta um novo desafio na saúde animal com a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A situação é preocupante, pois o país é o maior exportador de carne de frango do mundo e a gripaviária pode afetar significativamente a produção e as exportações.
Impacto da gripe aviária sobre a produção avícola
Este mês de maio trouxe um impacto alarmante na avicultura brasileira: com o abate de 26.537.584 frangos no estado gaúcho, o Brasil totalizou mais de 170 milhões de aves abatidas apenas em maio. Os dados foram divulgados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). De acordo com os registros, o Rio Grande do Sul ficou atrás apenas do Paraná, que abateu cerca de 67 milhões de frangos, e Santa Catarina, que promoveu mais de 30 milhões de abates.
Mercados internacionais reagem ao surto
A confirmação da gripe aviária fez com que importantes mercados internacionais, como a União Europeia, Argentina e China, suspendessem a importação de carne de frango brasileira. Essa medida preocupa os produtores e pode acarretar prejuízos significativos ao setor avícola do país. O Brasil, que abateu impressionantes 453.967.392 frangos em abril, agora vê sua posição ameaçada por esta crise sanitária.
Entenda o que é a gripe aviária
- A gripe aviária, ou influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves silvestres e domésticas. Embora o risco de transmissão para humanos seja considerado baixo, a vigilância é essencial.
- Os principais sintomas da doença nas aves incluem dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e alta taxa de mortalidade.
- Qualquer suspeita de gripe aviária deve ser imediatamente notificada à Secretaria da Agricultura, através da Inspetoria de Defesa Agropecuária.
Com o aumento da vigilância, foram inauguradas investigações sobre possíveis novos focos da doença. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que, das sete investigações sobre outros focos, três foram descartadas, enquanto quatro permanecem em análise. Locais como Aguiarnópolis (TO), Ipumirim (SC), Estância Velha (RS) e Salitre (CE) ainda estão sob investigação devido à presença de sintomas da doença.
Medidas de controle e a possibilidade de retomada das exportações
Em resposta à crise, medidas rigorosas foram adotadas. O ministro Fávaro assegurou que os colaboradores da granja onde o foco foi detectado estão em isolamento e monitoramento. Ele reiterou que a contaminação por outras vias é difícil, uma vez que as aves afetadas estão sendo tratadas com extrema cautela.
A expectativa é que, caso não haja novos casos, o Brasil possa estar livre do surto em até 28 dias, o que permitiria a retomada das exportações de carne de frango. Este período começa a contar a partir da desinfecção da segunda granja afetada. O ministro acredita que, à medida que os dias forem passando e sem novos registros, a confiança dos mercados se recupera.
Fávaro também indicou que novas atualizações sobre a situação e o número de animais afetados podem ser fornecidas em coletiva de imprensa, com informações detalhadas sobre as medidas que estão sendo tomadas.
A gripe aviária é um tema relevante que mobiliza tanto os setores agrícolas quanto a saúde pública. Acompanharemos os desdobramentos dessa situação com atenção, na esperança de que a avicultura brasileira se mantenha sólida e competitiva no mercado internacional.
Para mais detalhes sobre as ações do Ministério da Agricultura, acesse o vídeo da coletiva de imprensa do ministro Carlos Fávaro:
Esta semana será crucial para a indústria avícola, e todos os olhos estarão voltados para as próximas atualizações e resultados das investigações em andamento. Não há dúvida de que o Brasil enfrenta um momento desafiador, mas a resiliência do setor será testada, e espera-se que novos casos não surjam.
