Brasil, 20 de maio de 2025
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Estados ainda não aumentam ICMS sobre compras online, revela varejo

Aumento do ICMS nas compras online segue polêmica; 16 estados não ajustaram alíquota e debate chega ao Comsefaz.

Apesar da decisão de aumentar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas compras online feitas em plataformas como Shein e AliExpress, 16 estados e o Distrito Federal ainda mantêm as alíquotas inalteradas. O assunto promete ser pautado na próxima reunião do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), marcada para o dia 28 de maio.

A proposta de aumento e suas implicações

O Comsefaz, em uma votação anterior, decidiu aumentar a alíquota do ICMS de 17% para 20%, com previsão de implementação a partir de 1º de abril de 2025. No entanto, até o momento, 17 estados decidiram não aumentar o imposto. A questão se torna ainda mais complexa à medida que o calendário eleitoral se aproxima, já que um aumento de impostos tende a ser uma decisão impopular, colocando pressão sobre os governantes estaduais.

Histórico e atual situação do ICMS

  • Em meados de 2024, após intensa pressão do varejo nacional, o imposto de importação (II), de caráter federal, voltou a incidir sobre compras de até US$ 50, com uma taxa de 20%. O objetivo é garantir um ambiente competitivo entre os varejistas locais e os vendedores estrangeiros.
  • Esse imposto tinha sido suspenso em 2023 com a implementação do Programa Remessa Conforme, da Receita Federal, que isentou as compras internacionais.
  • Desde agosto passado, todas as remessas internacionais que chegavam ao Brasil começaram a estar sujeitas a tributos federais e estaduais, incluindo o ICMS.

Segundo Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), há expectativas de que todos os estados adotem a alíquota de 20% do ICMS ainda no primeiro semestre deste ano. Lima enfatiza que a média ideal das alíquotas seria em torno de 25%, para garantir maior equidade no mercado.

Alíquotas de ICMS em diferentes estados

Estados que mantiveram o ICMS em 17%:

  1. Amazonas
  2. Amapá
  3. Distrito Federal
  4. Espírito Santo
  5. Goiás
  6. Maranhão
  7. Mato Grosso
  8. Mato Grosso do Sul
  9. Pará
  10. Pernambuco
  11. Paraná
  12. Rio de Janeiro
  13. Rio Grande do Sul
  14. Roraima
  15. Santa Catarina
  16. São Paulo
  17. Tocantins

Estados que optaram por aumentar o ICMS para 20%:

  1. Acre
  2. Alagoas
  3. Bahia
  4. Ceará
  5. Minas Gerais
  6. Paraíba
  7. Piauí
  8. Rio Grande do Norte
  9. Roraima
  10. Sergipe

Atualmente, o varejo e a indústria nacionais pagam ICMS varíavel conforme o produto, enquanto as plataformas internacionais se beneficiam de uma alíquota única, que, segundo Lima, deveria ser ainda maior para proteger o emprego e o consumidor no Brasil.

Lima também expressou preocupação com os serviços de e-commerce, pois, em um contexto de aumento das alíquotas nos Estados Unidos, existe o temor de que produtos destinados ao mercado americano sejam desviados para o Brasil.

Impactos no volume de importações

Não existem dados oficiais sobre a movimentação de negócios provenientes de plataformas internacionais desde que a alíquota do ICMS foi implementada, mas há indicações de uma redução no volume de pacotes importados. A expectativa é que esse número tenha caído entre 23% e 25% nos últimos meses, evidenciando os efeitos dos novos tributos.

“À medida que a carga tributária se iguala, as empresas brasileiras ganham capacidade de competir melhor no cenário internacional”, afirmou Lima, destacando a importância de um ambiente de igualdade.

Fiscalização de produtos importados

Um outro ponto de preocupação levantado pelo varejo nacional é a conformidade dos produtos importados com as normas brasileiras. Edmundo Lima ressaltou que muitos vendedores internacionais não seguem essas normas, colocando em risco a saúde do consumidor com produtos que podem ser prejudiciais ou até ilegais.

Em abril de 2024, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou que está colaborando com agências reguladoras para intensificar a fiscalização de produtos importados, especialmente brinquedos e cosméticos, que apresentam riscos à saúde. Ele destacou que algumas plataformas já estão vendendo menos ao Brasil como resultado desse aumento nas ações de fiscalização.

O cenário continua evoluindo e a expectativa em torno do debate sobre o ICMS e fiscalização de produtos deve ser acompanhada de perto à medida que se aproxima a próxima reunião do Comsefaz.

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