Brasil, 20 de maio de 2025
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Greve dos servidores públicos em Vinhedo afeta 90% dos alunos

Greve em Vinhedo por reajuste salarial resulta em 90% dos alunos sem aulas, impactando famílias e provocando manifestações.

Na manhã da última segunda-feira, 19 de maio, a greve dos servidores públicos de Vinhedo (SP) deixou 89,3% dos alunos sem aulas em 29 unidades educacionais. A paralisação, motivada por um pedido de reajuste salarial de 20%, contrasta com os 5,4% oferecidos pela prefeitura e ressalta a insatisfação da categoria quanto à reposição de perdas salariais acumuladas durante a pandemia.

Impactos sobre a rotina das famílias

A greve não afeta apenas os servidores, mas também provoca uma onda de dificuldades para as famílias, especialmente para aquelas com filhos que apresentam necessidades especiais. Davi, um garoto com autismo que frequenta a creche Pequeno Polegar, teve sua rotina severamente alterada. Sua mãe, Suellen Marigo, destacou a importância da presença diária na escola como parte de um tratamento necessário para seu desenvolvimento. “Crianças especiais precisam estar na escola todos os dias. É como um tratamento”, afirmou.

Da mesma forma, Renata Prado, mãe de Nathan, relatou os efeitos emocionais da falta de aulas. “Hoje mudou tudo. Amanhecemos com um dia não legal para ele. É complicado”, lamentou. Muitas famílias estão preocupadas não apenas com a educação, mas também com o suporte que as escolas oferecem. Alex Sandro de Araújo Cintra, pai de Maria Alice, informou que se viu forçado a parar de trabalhar para cuidar da filha e expressou preocupação com a ausência de profissionais que oferecem suporte nas escolas.

Relação entre greve e reposição salarial

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos de Vinhedo, a reivindicação por um aumento de 20% é justificável como “reposição de perdas”. O presidente do sindicato, Maurício Pixe Sanches, explicou que há uma defasagem salarial acumulada de mais de 14% desde a pandemia, o que torna o pedido atual não um aumento, mas uma restituição de direitos. “Os 5,4% que foram oferecidos pela prefeitura não compensam as perdas nos últimos anos”, completou.

A administração municipal, que considera a proposta do sindicato “financeiramente inviável”, argumentou que sua posição está em consonância com a realidade orçamentária da cidade e com as práticas adotadas em municípios vizinhos. Em nota, a prefeitura garantiu que muitos servidores independentes concordaram com as propostas apresentadas, reconhecendo a necessidade de equilíbrio financeiro.

Cenário nas escolas e serviços públicos

Até a tarde do dia 19, apenas 10,7% dos estudantes estavam presentes nas escolas de Vinhedo. As escolas permaneceram abertas, mas a falta de servidores impossibilitou o atendimento em algumas unidades, levando as equipes gestoras a orientar os pais a retornarem com seus filhos para casa. A Secretaria de Educação expressou que está fazendo o possível para garantir o bem-estar das crianças e a continuidade dos serviços educacionais.

A situação também repercute no setor de saúde, onde algumas consultas e exames precisaram ser reagendados devido à falta de profissionais, resultando em serviços prejudicados.

Reações da comunidade

A greve suscita um debate profundo sobre o papel dos servidores públicos e a situação da educação em Vinhedo. As vozes de pais e educadores manifestam um claro descontentamento, revelando as consequências diretas da paralisação na vida cotidiana das famílias. Com a continuidade da greve até pelo menos o dia seguinte, as expectativas por um acordo consensual entre a prefeitura e os servidores permanecem em aberto.

Em meio a tensions e ansiedade, o Sindicato dos Servidores Públicos mantém suas demandas claras, buscando não apenas um reajuste, mas a asseguração de condições dignas para os profissionais e, consequentemente, para os alunos que dependem desse atendimento. A situação continua sendo acompanhada de perto pelos pais, educadores e pela comunidade como um todo.

Enquanto os desdobramentos da greve se desenrolam, as famílias de Vinhedo permanecem esperançosas por uma resolução que atenda não apenas às necessidades dos servidores, mas que também promova a normalidade nas escolas, permitindo que as crianças voltem a ter suas rotinas restabelecidas.

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