Brasil, 19 de maio de 2025
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Márcia Eliza, a “xerifa” do INSS, é nomeada diretora de benefícios

A procuradora Márcia Eliza, conhecida por combater fraudes, assume a direção de benefícios do INSS em meio a crise e investigações no organismo.

A procuradora Márcia Eliza de Souza, apelidada de “xerifa”, foi convidada pelo governo Lula para assumir a direção de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A escolha acontece em meio a tentativas de conter a crise provocada pelo escândalo da Farra do INSS, que expôs diversas fraudes nas operações da instituição. Com 60 anos e 41 de serviço público, Márcia é procuradora federal desde 1998 e se destaca por sua trajetória dedicada ao combate à corrupção e irregularidades.

Trajetória de Márcia Eliza no INSS

A nova diretora de benefícios do INSS já ocupou importantes cargos dentro da instituição. Sua atuação abrange desde a defesa do INSS em ações previdenciárias até posições de liderança, como procuradora-chefe da Procuradoria Federal Especializada (PFE) e diretora de Benefícios. Além disso, ela foi presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) e diretora do Departamento de Contencioso Previdenciário na Procuradoria-Geral Federal, consolidando sua experiência na gestão de assuntos previdenciários.

A crise do INSS e o impacto da nomeação

A atuação de Márcia Eliza no Instituto em 2019 foi mencionada em inquérito da Polícia Federal que investiga as fraudes no INSS. Como diretora de Benefícios durante a gestão Bolsonaro, ela teve um papel ativo ao suspender descontos indevidos realizados pela Associação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Asbapi), resposta a uma série de denúncias que ensejaram um inquérito no Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Com o desenrolar das investigações, foram rescindidos acordos com mais três associações que operavam de forma suspeita: a Associação Beneficente de Auxílio Mútuo dos Servidores Públicos (Abamsp), a Associação Nacional de Aposentados e Pensionistas da Previdência Social (Anapps) e a Central Nacional de Aposentados e Pensionistas do Brasil (Centrape). A queda no faturamento dessas organizações foi expressiva, com algumas vendo sua receita despencar para valores irrisórios.

Contenção de fraudadores e preparo técnico

O atual presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, comentou sobre a escolha de Márcia Eliza, ressaltando sua formação técnica e ética profissional. “Ela foi a primeira a brigar por essa questão de associações e desconstituiu quatro delas. É uma pessoa tecnicamente muito preparada e séria”, afirmou o presidente, destacando a importância de sua atuação no combate às fraudes previdenciárias.

A indicação de Márcia acontece em um cenário em que o governo Lula enfrenta uma crescente pressão para reformar a estrutura do INSS e resolver as pendências deixadas pela gestão anterior. As fragilidades expostas nas investigações recentes aumentam a necessidade de um olhar cuidadoso sobre a administração de benefícios, e a experiência de Eliza poderá ser um fator crucial para restaurar a confiança na instituição.

Diretores e irregularidades

Infelizmente, a gestão do INSS nos últimos anos esteve marcada por diversas irregularidades. O ex-diretor de Benefícios, André Fidelis, exonerado após revelações sobre a “farra do INSS”, foi um dos responsáveis por convênios que resultaram em descontos expressivos que se aproximaram de R$ 142 milhões. Entre os diretores que assinaram contratos questionáveis estão também José Carlos Oliveira, Sebastião Faustino de Paula e Edson Akio Yamada, somando mais de R$ 2,1 bilhões em fraudes durante suas gestões.

Com a recente nomeação de Márcia Eliza e a crescente fiscalização das ações e convênios do INSS, espera-se que haja uma virada no atendimento aos segurados e na gestão dos recursos previdenciários. A expectativa é de que a confiança do público na instituição comece a ser restaurada, à medida que as medidas corretivas e de proteção se tornem cada vez mais efetivas.

É um momento crucial para o INSS. A incorporação de figuras como Márcia Eliza, com seu histórico de luta contra a corrupção, é um passo importante para enfrentar os desafios que a previdência social brasileira enfrenta nos dias de hoje.

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