No último fim de semana, a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul finalizou a instalação de sete barreiras sanitárias, com o objetivo de controlar a disseminação do vírus da gripe aviária H5N1 em uma granja comercial localizada em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O primeiro caso da doença foi identificado recentemente, levando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a declarar uma emergência zoossanitária na região. A medida é crucial para proteger a avicultura local, especialmente após países como China e Argentina suspenderem a compra de carne de frango brasileira.
Funcionamento das barreiras sanitárias
Das sete barreiras instaladas, cinco já estão operando, enquanto as outras duas começam a funcionar nesta segunda-feira (19). Estas barreiras foram montadas em pontos estratégicos, em um raio de 3 km e 10 km ao redor da granja afetada, para controlar o avanço do vírus. Os veículos que transitam na região, como caminhões de carga viva e de ração animal, são obrigados a parar nas barreiras para um processo de desinfecção. A limpeza visa eliminar o vírus da influenza aviária e prevenir a disseminação para outras propriedades.
Monitoramento e vistorias em propriedades
Além das barreiras, o Mapa está realizando vistorias em propriedades rurais da área. Até o momento, 238 de 510 propriedades da região já foram inspecionadas. Uma suspeita de gripe aviária foi identificada em uma propriedade de subsistência, mas sem impacto no comércio internacional de aves. As amostras coletadas serão analisadas para um rápido diagnóstico da situação.
Na granja que originou o foco da doença, todas as aves e ovos foram descartados, e as instalações estão passando por limpeza e desinfecção rigorosas. Segundo Francisco Lopes, diretor adjunto do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, a medida é fundamental para prevenir que o vírus se espalhe para outras áreas.
Impactos no comércio internacional
A situação trouxe impactos diretos no comércio internacional. A China, por exemplo, suspendeu a compra de carne de frango do Brasil por 60 dias, uma decisão que afeta significativamente as exportações do setor avícola. Contudo, é importante destacar que o vírus H5N1 não é transmitido aos seres humanos através do consumo de carne de frango. Essa informação tem sido essencial para mitigar preocupações do consumidor.
Visita a propriedades rurales e a resposta das autoridades
Paralelamente à instalação das barreiras e ao monitoramento das granjas comerciais, equipes do Serviço Veterinário Oficial têm programadas visitas para inspecionar 540 propriedades em um raio de 10 km da granja afetada. Essas visitas não se restringem apenas a granjas de aves, mas estendem-se a propriedades que possuem outros tipos de animais, como equinos e bovinos, assegurando uma abordagem abrangente no combate ao vírus.
“Todas as propriedades em um raio de 10 km serão visitadas. Mesmo aquelas que apenas possuem equinos ou bovinos, vão ser inspecionadas da mesma forma”, afirma Lopes. Essa ação demonstrou o comprometimento das autoridades em assegurar a saúde animal e a segurança alimentar da população.
Próximos passos e monitoramento contínuo
As barreiras sanitárias deverão funcionar, pelo menos, por um período mínimo de sete dias, mas há a possibilidade de extensão dependendo das avaliações e resultados das investigações em curso. As autoridades permanecerão atentas ao monitoramento contínuo da situação, buscando medidas e estratégias que garantam a segurança da produção avícola e a proteção da saúde pública.
As ações desempenhadas pelo governo e pelas agências de saúde animal são fundamentais neste momento para controlar a disseminação do vírus H5N1 e garantir que o setor agropecuário continue operando de forma segura e eficiente. A situação requer colaboração e vigilância constante para proteger não apenas a economia local, mas a saúde de todos os cidadãos.