Drauzio Varella, um dos médicos mais conhecidos do Brasil, é um exemplo inspirador de vitalidade e superação. Aos 82 anos, o médico já completou 25 maratonas, começando a correr apenas após os 50 anos, a partir de um conselho que o fez repensar sua saúde. Sua trajetória no mundo das corridas não é apenas um passatempo; ela é uma mensagem poderosa sobre envelhecimento, disciplina e o amor pela vida.
A trajetória impressionante nas maratonas
A primeira maratona do Dr. Varella foi a de Nova York, em 1993, onde finalizou a prova em 4 horas. Desde então, ele não parou mais. Bastante ativo e motivado, em 2013, aos 70 anos, completou a Maratona de Boston, com o mesmo tempo de 4 horas. Em outubro de 2022, ele conquistou a mandala das seis majors — as maratonas mais icônicas do mundo — ao finalizar a Maratona de Londres, aos 79 anos, em 5 horas e 44 minutos. Surpreendentemente, Drauzio admite que “não gosta de correr, mas gosto de ter corrido”, revelando sua relação ambivalente com o esporte. Sua próxima meta é a Maratona de Berlim, programada para setembro deste ano.
Preparação e rotina de treinamento
A paixão pela corrida levou Drauzio a produzir um filme sobre sua vida, intitulado A Vida é uma Maratona, que chegará aos cinemas em breve. O filme, dirigido por Jeff Peixoto, Thaís Roque e Michel Souza, explora sua ascensão no mundo das maratonas e como o esporte ajudou a moldar suas experiências de vida. Mantendo-se fiel à sua rotina, Drauzio acorda cedo, por volta das 5h, e inicia seu dia com o treinamento, garantindo que a disciplina esteja sempre presente em sua vida. Para ele, desistir de correr não é uma opção. “Levanto da cama e só após escovar os dentes e me vestir é que posso me dar ao luxo de desistir do treino”, conta. Além das corridas no Minhocão, em São Paulo, ele opta por descer de elevador e subir escadas, uma prática que adota em seu prédio até o 16º andar.
O legado de Drauzio e sua visão sobre a saúde
Drauzio não se considera um exemplo a ser seguido, pois nunca teve um treinador e corre “da sua cabeça”. No entanto, sua visão é clara: a corrida é uma forma de se apaixonar pela cidade. Ele acredita que poucos turistas se aventuram a percorrer os 42 quilômetros de uma maratona, fazendo desta uma experiência única de imersão. Recentemente, durante um evento de corrida, ele incentivou os participantes dizendo: “Vale a pena, vale muito a pena. O corpo humano é uma máquina feita para o movimento. Outras máquinas se desgastam à medida que se movimentam; o corpo humano se aprimora.”
Desafios e adaptação à idade
Conversando sobre como vencer a preguiça e se adaptar à corrida conforme envelhece, Drauzio comentou: “Disciplina é fundamental. Acordar cedo é uma luta, mas os benefícios são inegáveis.” Ele destaca que a chave para manter o interesse na corrida é definir objetivos claros, como melhorar a saúde e a qualidade de vida. Para ele, a corrida deve ser um prazer, não uma obrigação.
Ao ser questionado sobre as limitações da corrida, Drauzio afirmou que ela não é para todos. “Cada pessoa tem um tipo físico diferente, e é preciso respeitar isso”, explicou. Apesar disso, os benefícios claramente superam os desafios: “A corrida exige comprometimento, mas traz recompensas inestimáveis”, enfatiza.
A próxima corrida e a sabedoria do tempo
Com 25 maratonas em sua trajetória, Drauzio consegue olhar para a cidade enquanto corre, mesmo que poucos detalhes permaneçam fixos em sua memória após os eventos. Ele elogia maratonas Planas que já participou, como Nova York e Berlim, e admite que sua preferência é pelas provas que acontecem no ambiente urbano.
Para o futuro, Drauzio Varella vislumbra a Maratona de Berlim como seu próximo desafio, embora com uma dose de humor sobre a incerteza da idade: “Na minha idade, não dá para fazer previsões a longo prazo. Odeio prometer que farei algo sem saber se conseguirei.”
Olhando para seus anos de experiência e constância, Drauzio Varella se estabelece não apenas como um corredor apaixonado, mas como uma inspiração para todos aqueles que desejam buscar saúde e bem-estar através do esporte, independentemente da idade.