O Republicanos tem intensificado seus esforços para promover Tarcísio de Freitas como candidato à Presidência nas eleições de 2026. Pesquisas internas indicaram o potencial do governador de São Paulo para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. Contudo, Tarcísio precisa navegar por uma série de desafios impostos tanto por aliados quanto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Com o objetivo de manter uma imagem sólida e não desagradar seu padrinho político, o governador tem afirmado publicamente que se dedicará à reeleição em seu cargo.
Dificuldades enfrentadas por Tarcísio
A primeira barreira para Tarcísio é se posicionar como uma alternativa viável para a Presidência sem comprometer sua lealdade a Bolsonaro. Atualmente, a estratégia dele é continuar a sinalizar sua disposição para concorrer à reeleição no estado de São Paulo, evitando as investidas de figuras do Centrão que o veem como o candidato ideal para o Palácio do Planalto.
Aliados de Tarcísio alertam que ele não deve ceder à pressão de Valdemar Costa Neto e de parlamentares do PL, que tentam convencê-lo a se unir à oposição. O consenso entre seus apoiadores é que, ao permanecer onde está, o ex-ministro da Infraestrutura pode conquistar mais apoio do centro político.
Estrategias em jogo
Uma fonte próxima ao governador sugere que a tendência de Tarcísio é “jogar parado” enquanto aguarda uma definição de Bolsonaro. A lógica dessa estratégia é não demonstrar publicamente o desejo de concorrer à Presidência em 2027, para não irritar o ex-presidente. O receio é substancial: Bolsonaro pode mobilizar suas bases nas redes sociais contra Tarcísio, comprometendo as chances de um candidato de direita mais moderado nas próximas eleições.
Nas últimas semanas, líderes de partidos centristas interpretaram a divulgação de um vídeo pelo ex-presidente como um aviso a Tarcísio. A gravação, enviada a uma lista de transmissão do Whatsapp, incluiu um trecho de um programa onde um apresentador declara que “só tem um cara que pode ganhar do Lula: Jair Bolsonaro”.
Condições políticas e legais de Bolsonaro
Vale lembrar que Jair Bolsonaro é réu em um processo relacionado à tentativa de golpe de Estado e está inelegível devido a uma condenação por abuso de poder e ataques às urnas eletrônicas, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa do ex-presidente é reverter essa condição com a ascensão do ministro Nunes Marques à presidência do TSE, prevista para agosto de 2026. No entanto, analistas do Judiciário consideram remotas as chances de Bolsonaro recuperar seu direito de concorrer antes de 2030.
O governador Tarcísio tem um prazo limite: até abril, ele deve decidir se concorre à Presidência ou se busca a reeleição. A escolha pela primeira opção implicaria em sua saída do cargo de governador.
Equilíbrio entre alianças e a base radical
Enquanto aguarda a decisão de Bolsonaro, Tarcísio se vê em uma posição delicada, tentando equilibrar seu apoio à ala mais radical da direita bolsonarista com a necessidade de fortalecer laços com o centro político. Ele tem participado de manifestações que pedem anistia, mas também se encontrado com investidores e representantes do mercado financeiro, onde seu discurso tende a ser mais moderado.
Apesar de sua postura pública de desdém à possibilidade de candidatura à Presidência, suas ações sugerem um jogo político complexo. Recentemente, em Nova York, Tarcísio declarou: “Eu vou ficar em São Paulo”, reafirmando sua intenção de buscar a reeleição, mas a sombra de uma candidatura presidencial ainda parece pairar sobre o governador.
Assim, a política brasileira se torna cada vez mais intrigante, com o futuro de Tarcísio de Freitas em um palco em que cada movimento pode influenciar gravemente seus próximos passos e a dinâmica futura entre o Republicanos e as aspirações políticas de Jair Bolsonaro.
