A recente decisão da Moody’s em rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos para Aa1 devido ao crescente endividamento e déficit comercial gerou reações diversas no cenário econômico. Entretanto, estados como Flórida, Carolina do Norte e Texas estão em uma posição fiscal muito mais robusta e, segundo análises, devem manter suas notas máximas de crédito.
A situação fiscal dos estados é mais estável que a do governo federal
Embora a nota do governo federal tenha sido rebaixada, muitos estados americanos gozam de classificações de crédito consideradas impecáveis. De acordo com dados da Bloomberg, mais de uma dúzia de estados, incluindo o Distrito de Columbia, possuem notas AAA da Moody’s, refletindo uma gestão fiscal mais eficaz e leis que exigem orçamentos equilibrados.
A análise do JPMorgan Chase & Co. sugere que os estados americanos podem permanecer relativamente imunes às repercussões do rebaixamento federal. O relatório da Moody’s de 2023 já indicava que poucos emissores de finanças públicas seriam impactados pela revisão negativa da classificação do governo dos EUA. Isso também se alinha com o observado durante o rebaixamento de 2023, onde estados como a Flórida continuaram a destacar suas boas práticas financeiras.
As consequências do rebaixamento federal
Enquanto os estados mantêm posições sólidas, a situação do governo federal preocupa. A Moody’s destacou que as políticas inadequadas e a incapacidade de estabelecer medidas eficazes para conter os déficits fiscais crescentes são alarmantes. O temor é que a dívida crescente possa prejudicar a posição dos Estados Unidos como um dos principais destinos de capital global, elevando os custos de empréstimos.
Os primeiros efeitos dessa reavaliação já foram sentidos nos mercados financeiros. Na última sexta-feira, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos dispararam, e um fundo que acompanha o S&P 500 também caiu. Isso indica uma onda de volatilidade que pode se espalhar para outros segmentos do mercado, incluindo os títulos hipotecários garantidos pelo governo, que totalizam cerca de US$ 9 trilhões.
Impactos nas empresas e no mercado financeiro
Embora poucas empresas americanas mantenham a classificação AAA, como a Johnson & Johnson e a Microsoft, existe uma preocupação crescente com os custos de empréstimos para outras empresas. Isso ocorre porque os juros das dívidas do governo servem como base para os prêmios que as empresas pagam ao buscar financiamento.
De acordo com analistas, caso a história se repita, os estados em melhor situação financeira poderão mostrar resiliência frente a essas mudanças. Esta expectativa é respaldada por fatos históricos, onde os estados classificados como AAA pela Fitch Ratings conseguiram manter suas notas máximas mesmo após um rebaixamento federal. Na época, o governador da Flórida, Ron DeSantis, enfatizou que seu estado poderia servir de exemplo para o governo federal.
Conclusão
A recente revisão da nota de crédito do governo dos EUA pela Moody’s é um sinal de alerta sobre a saúde fiscal do país. Porém, a situação dos estados americanos é um reflexo de uma governança mais eficiente e um compromisso com a responsabilidade fiscal. À medida que o cenário econômico global se torna mais incerto, as lições aprendidas com o desempenho fiscal dos estados podem se tornar cruciais para enfrentar os desafios futuros.
Os estados americanos, de Flórida a Carolina do Norte e Texas, podem não apenas manter suas notas de crédito, mas também se destacar como exemplos de gestão fiscal responsável, mesmo diante de um cenário federal complicado. A continuidade desse comprometimento fiscal será vital para que enfrentem as incertezas do futuro econômico.