Desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, o Exército Brasileiro enfrentou uma queda abrupta nas redes sociais, perdendo 1,7 milhão de seguidores. Este fenômeno contrasta com o aumento no número de seguidores das Forças Armadas, especificamente da Aeronáutica e da Marinha, que, ao lado de vários ministérios do governo federal, tiveram um crescimento significativo. A queda no engajamento do Exército, que coincidem com eventos políticos recentes, levanta questões sobre a imagem e a percepção pública da instituição militar.
Contexto da queda nas redes sociais
O início da redução no número de seguidores do Exército está intimamente ligado à frustrada trama golpista que ocorreu no final de 2022, que pretendia impedir a posse do novo presidente. Esse movimento teve como pano de fundo a pressão exercida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em busca de uma postura mais firme das Forças Armadas em relação à democracia e ao novo governo. A expectativa de um apoio militar a uma ruptura democrática não se concretizou, resultando em uma crise de imagem para a instituição.
Comparação com outras forças armadas
Enquanto o Exército enfrentou desafios em sua presença digital, a Aeronáutica e a Marinha, por outro lado, conseguiram aumentar seus números de seguidores nas redes sociais. Esse crescimento pode estar relacionado a uma mudança na comunicação dessas instituições, possivelmente mais alinhada com a nova gestão federal e suas diretrizes. O conteúdo postado por estas forças parece ter ressoado melhor com o público, refletindo uma aproximação com a população e uma estratégia de engajamento mais eficaz.
Impacto nas relações institucionais
A perda de seguidores do Exército também pode refletir um descontentamento mais amplo com a atuação da instituição no cenário político brasileiro. Após anos de crescente influência durante o governo Bolsonaro, o Exército está agora em uma posição delicada, buscando reestabelecer sua imagem e credibilidade perante a população. A comunicação estratégica e a transparência nas ações são fundamentais para que o Exército possa recuperar a confiança do público.
O papel da comunicação nas redes sociais
A presença nas redes sociais tornou-se uma ferramenta crucial para as instituições públicas, permitindo uma comunicação direta e imediata com os cidadãos. Para o Exército, é essencial repensar suas estratégias de comunicação, adotando uma abordagem que valorize a inclusão e a participação pública. Isso pode incluir a promoção de eventos abertos, interações em tempo real com a população e um foco maior em temas que interessam aos cidadãos, reforçando a importância da transparência e da proximidade com a sociedade.
O futuro das Forças Armadas no Brasil
À medida que o Brasil navega por um clima político instável, as Forças Armadas terão que se adaptar para manter a relevância e a aceitação pública. A análise dos dados de redes sociais deve servir como uma ferramenta para entender melhor a percepção do público e orientar futuras estratégias de engajamento. A capacidade das Forças Armadas de se reposicionar, se distanciando de polêmicas do passado e se aproximando de uma nova visão de serviço ao país, será fundamental para recuperar a confiança dos cidadãos.
Em um momento em que a imagem das instituições é constantemente questionada, o desafio para o Exército vai além da simples recuperação de seguidores nas redes sociais. Trata-se de restabelecer a sua credibilidade e reforçar seu papel essencial na sociedade brasileira, sempre respeitando os princípios democráticos e os anseios da população.