Brasil, 19 de maio de 2025
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A ultradireita em Portugal avança com forte discurso anti-imigração

A ultradireita portuguesa, representada pelo Chega, está conquistando espaço político com uma retórica anti-imigração.

A recente ascensão do partido Chega nas eleições de Portugal demonstra uma mudança significativa nas atitudes políticas em relação à imigração. Após anos sob um governo socialista, a sociedade portuguesa parece ter perdido o receio de apoiar medidas extremas e xenófobas, refletindo uma nova era de radicalização política.

Ascensão do Chega: um fenômeno alarmante

Nas eleições de 2024, o Chega, partido liderado por André Ventura, conseguiu 55 cadeiras no Parlamento, marcando um crescimento impressionante de 5,4 mil% em relação ao número de deputados que obteve em sua estreia, há seis anos. Este salto nos números indica uma aceitação crescente de discursos que priorizam os portugueses em detrimento dos imigrantes, um tema caro ao partido que se tornou um dos principais pilares de sua campanha.

Exposição da xenofobia em debates eleitorais

Ventura, que até então se destacava por discursos radicais, conquistou pela primeira vez um distrito, o de Faro, e também arrebatou outras áreas estratégicas como Beja, Portalegre e Setúbal. Esses locais, que enfrentam problemas sociais agravados pela imigração, serviram de campo fértil para que a retórica do Chega encontrasse ressonância entre os eleitores. A proposta central do partido, que busca “colocar os portugueses em primeiro”, ganhou tração e validou o medo crescente de uma população em relação à presença imigrante.

Discurso da direita moderada se radicaliza

O partido de centro-direita Aliança Democrática (AD), que foi reeleito, também teve que se adaptar ao novo cenário político. Em uma tentativa de angariar vozes, o governo incorporou discursos sobre controle de imigração, sinalizando uma mudança clara nas estratégias políticas. O primeiro-ministro reeleito, Luís Montenegro, foi além e apoiou operações que visaram imigrantes, mesmo sem evidências de criminalidade relacionadas, enquanto sua administração apresentava mudanças na forma de abordar a situação dos imigrantes no país.

A esquerda acuada e um novo tempo de confrontos políticos

Colocada em uma posição defensiva, a liderança do Partido Socialista (PS) e seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos, foram forçados a abandonar o discurso progressista e favorável à imigração, a fim de se adequar às pressões do cenário atual. Essa transição de discurso indicou não apenas uma perda de identidade, mas também uma luta para se manter relevante em meio ao aumento da popularidade da ultradireita.

Implicações futuras para a política em Portugal

A tensão entre as ideologias políticas se torna evidente, com o PS se comparando e competindo com o Chega, e os resultados eleitorais evidenciando a fragilidade de seu histórico. O fato de que Pedro Nuno Santos poderá renunciar à liderança do partido é um sinal claro de que o PS busca uma reconfiguração interna, enquanto a radicação da ultradireita continua a desafiar a estrutura política portuguesa.

Próximas etapas e a contagem de votos

Com a apuração dos votos do círculo europeu e de fora da Europa ainda em andamento, o cenário político pode passar por novas reviravoltas. Para muitos, a ascensão do Chega é um lembrete das fraquezas das políticas socialistas em lidar com as preocupações populares em um momento em que imigrantes são frequentemente vistos como um alvo fácil em meio a desafios econômicos e sociais.

À medida que o Chega solidifica sua posição no espectro político português, o país se vê na encruzilhada entre preservar seus valores de inclusão e enfrentar os desafios de uma pluralidade cultural emergente, que por sua vez continua a polarizar ainda mais as discussões sociais.

— São tempos duros e difíceis para a esquerda e para o Partido Socialista — concluiu Pedro Nuno Santos, ao reconhecer as dificuldades políticas que seu partido enfrenta no atual cenário.

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