Brasil, 17 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Show da banda antidireita Bozokill muda de endereço em Salvador

Após críticas de bolsonaristas, banda de rock Bozokill transfere show para nova casa de shows na capital baiana.

Marcado para acontecer neste domingo em Salvador, o show de rock da banda Bozokill, que se descreve como “antidireita” e contrária ao bolsonarismo, mudou de endereço após ser alvo de críticas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, o deputado estadual Diego Castro (PL-BA) publicou um vídeo nas redes sociais no qual criticava o governo estadual por supostamente apoiar a apresentação musical.

A polêmica em torno do show

O logo do governo da Bahia constava em um primeiro cartaz de divulgação do evento, que era capitaneado pela banda punk Surras e tinha a Bozokill como atração secundária. A apresentação estava programada para ocorrer no Largo Tereza Batista, um espaço conhecido na cena cultural de Salvador. No entanto, após a repercussão negativa, um novo cartaz foi divulgado, informando a alteração do local do espetáculo, que agora será em uma casa de shows.

No vídeo publicado no dia 6, Diego Castro ressaltou que já havia ajuizado uma ação contra o governo por conta da apresentação da banda. Ele associou o caso à declaração do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que provocou polêmica ao insinuar que bolsonaristas deveriam ir “para a vala”.

— Da minha parte, não restam dúvidas de que a perseguição aos conservadores por parte do governo do estado do PT está institucionalizada. O que eu quero dizer com isso? Financiamento a, por exemplo, bandas como essa chamada Bozokill. Se vocês traduzirem, (o nome da banda) vai se referir à morte de Bolsonaro. Banda essa que está tendo financiamento do governo do estado — afirmou Castro na ocasião.

A resposta do governo da Bahia

Procurado, o governo da Bahia não se manifestou sobre o caso. A banda Bozokill é conhecida por suas músicas polêmicas, como “Dá para desapertar o 17?”, “Mate um minion hoje”, “Não queira Bolsonaro não” e “O Xandão do STF tá fazendo o maior sucesso”. Essas letras confirmam sua posição contrária ao bolsonarismo e geram reações diversas nas redes sociais.

Nas plataformas digitais, o grupo divulgou um vídeo anunciando a mudança de local do show, acompanhado de comentários que refletem a tensão política atual. No início do mês, em um evento de inauguração de uma escola estadual, o governador Jerônimo Rodrigues causou polêmica ao criticar Jair Bolsonaro pela sua postura durante a pandemia de Covid-19.

— Tivemos um presidente que sorria das pessoas que estavam morrendo, que não podiam respirar. Ele vai pagar por isso. Quem votou nele podia pagar também. Bota uma enchedeira… sabe o que é? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para a vala! — declarou Jerônimo, gerando uma onda de protestos e apoiadores polarizados.

A repercussão das declarações do governador

Apesar de ter pedido desculpas pelo tom de sua declaração, as palavras de Jerônimo já haviam repercutido de forma significativa. O deputado Diego Castro apresentou uma representação ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusando o governador de abuso de autoridade e discurso de ódio. Além disso, o deputado federal Otoni de Paula (MDB) e a direção nacional do PL acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) exigindo providências.

Esse embate entre artistas e políticos reflete uma polarização crescente no Brasil, onde expressões culturais e artísticas frequentemente se tornam palco de batalhas ideológicas. O caso da banda Bozokill é um exemplo claro de como a música se insere nesse contexto conturbado, levantando debates sobre liberdade de expressão e a influência do discurso político na cultura.

Com a mudança de endereço em um clima de controvérsias, o show promete atrair tanto fãs da banda quanto opositores, todos ansiosos para assistir ao resultado desse embate entre arte e política. A diretoria da Bozokill reafirma sua intenção de manter a mensagem crítica em suas performances e espera que o novo local seja apropriado para receber o público, independentemente das controvérsias que o cercam.

O próximo passo para a banda e seu público será ver como a situação evolui e qual será o impacto do show em Salvador sobre a cena musical e política local.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes