Goiânia – A situação alarmante da saúde pública no Brasil ganhou novos contornos com o fechamento do Hospital Renaissance, localizado no setor Marista, na capital goiana. A unidade de saúde foi fechada na última quinta-feira (15/5) após reiterados descumprimentos de ordens de interdição por parte da Vigilância Sanitária. Apesar de ter recebido notificações para encerrar suas atividades, o hospital continuou atendendo pacientes, colocando em risco a integridade de usuários e funcionários.
Interdições e descumprimentos em série
De acordo com informações da Polícia Civil de Goiás (PCGO), a realidade do Hospital Renaissance se agravou após uma fiscalização que constatou o funcionamento irregular da unidade de saúde, marcada por interdições parciais e totais. Em 30 de abril, o hospital foi parcialmente interditado, mas mesmo assim, continuou operando. A situação se tornou insustentável, levando à interdição total em 6 de maio.
O delegado Humberto Teófilo, responsável pela investigação, relatou que, mesmo após a interdição, pacientes continuaram sendo tratados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e no ambulatório. “Recebemos denúncias de que o hospital estava recebendo pacientes em condições irregulares e sem a equipe médica completa”, disse Teófilo, enfatizando que a saúde dos atendidos estava em risco e que o hospital desrespeitava as ordens das autoridades sanitárias.
Decisões drásticas em resposta a operações irregulares
As investigações da Vigilância Sanitária, realizadas na quarta-feira (14/5), confirmaram a continuidade do atendimento, mesmo após as interdições. O cenário de descaso e irregularidade levou a PCGO a agir de maneira decisiva. “Foi um desrespeito total às ordens de interdição, e por isso tomamos as providências necessárias”, afirmou Teófilo.
Como consequência, o administrador do hospital foi preso por infringir determinação do poder público, o que culminou no fechamento definitivo da unidade. Além disso, a situação dos funcionários também é alarmante, pois muitos deles estão com salários atrasados e sem receber o FGTS, agravando a precariedade do trabalho no setor hospitalar.
Impacto emocional e social
Para muitos pacientes e trabalhadores, o fechamento do Hospital Renaissance representa não apenas uma crise de saúde, mas também um colapso emocional. “Ninguém sabia que o hospital estava interditado. Fomos pegos de surpresa, e o que era para ser um atendimento emergencial se transformou em um pesadelo”, relatou uma funcionária que preferiu não ser identificada.
A falta de transparência e comunicação adequada agrava a desconfiança da população em relação ao sistema de saúde. Pacientes que necessitam de atendimento médico têm recorrido a alternativas improvisadas, o que expõe a vulnerabilidade de um sistema já fragilizado.
Preocupações com o futuro do atendimento à saúde em Goiás
A situação do Hospital Renaissance lança uma sombra sobre a saúde pública em Goiás. O poder público e as entidades responsáveis pela Vigilância Sanitária precisam agir rapidamente para evitar que casos como esse se tornem comuns. O retorno à normalidade é essencial para assegurar que a população tenha acesso a cuidados médicos adequados e seguros.
O delegado Humberto Teófilo finalizou ressaltando a importância de respeitar as determinações sanitárias para que casos de atendimento irregular não se repitam. “É fundamental que a população tenha confiança nos serviços oferecidos pela saúde pública, e para isso, precisamos garantir que as regras sejam respeitadas”, afirmou.
O fechamento do Hospital Renaissance é um alerta que ecoa por todo o Brasil, evidenciando a necessidade de uma fiscalização rigorosa e de medidas rápidas que garantam a saúde e a segurança da população.