No dia 13 de junho, a Companhia Ituana de Saneamento (CIS) interrompeu a distribuição de água em vários bairros de Itu, São Paulo, após a contaminação do Rio Pirajibu por fluoreto. Este evento alarmante trouxe à tona um problema recorrente na região, onde a presença dessa substância em altas concentrações torna a água imprópria para consumo e requer a suspensão imediata da captação. A expectativa é que a distribuição de água seja normalizada apenas na manhã de sexta-feira, dia 16.
Contaminação do Rio Pirajibu
O Rio Pirajibu, que é uma das principais fontes de abastecimento de água da região, passou a ser monitorado diariamente pela CIS. Qualquer irregularidade detectada resulta na suspensão da captação de água, uma medida adotada devido à gravidade da situação, e que já foi enfrentada anteriormente. Entre os anos de 2023 e 2024, pelo menos quatro mananciais que abastecem as cidades de Sorocaba e Itu também foram contaminados, resultando em sete interrupções no fornecimento de água.
A responsabilidade da Companhia Brasileira de Alumínio
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Ceteb) indicou a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) como responsável pela contaminação por fluoreto. O Ministério Público já está investigando o caso e, na última semana, a Justiça determinou que a CBA deve pagar uma multa de R$ 10 mil por dia caso continue a poluir os rios da área. Além disso, uma ação civil pública obrigou a empresa a fornecer água potável aos locais mais afetados pela crise de abastecimento.
“Em nenhum momento a empresa está ajudando a Companhia Ituana de Saneamento e nem ao Saae de Sorocaba. A empresa está silenciosa quanto aos seus afazeres, quanto à decisão judicial”, afirmou Gilmar Souza, superintendente da CIS. Ele destacou a urgência das ações necessárias para garantir o abastecimento à população.
Alternativas e medidas temporárias
Enquanto a situação se normaliza, a CIS está utilizando caminhões-pipa para entregar água na cidade, priorizando unidades de saúde e outros locais essenciais. Essa alternativa se mostra crucial para atender as necessidades básicas da população que foi afetada pela interrupção do serviço.
Posição da Companhia Brasileira de Alumínio
A CBA, por sua vez, se manifestou através de uma nota, ressaltando que desde sua fundação há 70 anos, sua operação se pauta pela responsabilidade ambiental. A empresa afirmou que suas atividades estão sempre sob controle e fiscalização de autoridades competentes, conforme as regulamentações vigentes, e frisou que até o momento, não foi formalmente citada na ação judicial relacionada à contaminação.
Impacto na comunidade e próximos passos
A suspensão do abastecimento de água tem gerado preocupação e incertezas entre os moradores de Itu. A agência reguladora da água e as autoridades locais devem portar operação permanente de monitoramento da qualidade do Rio Pirajibu e de outros mananciais que abastecem a região, visando evitar novas crises de abastecimento no futuro.
Enquanto isso, a população permanece apreensiva, aguardando soluções rápidas e efetivas que garantam o fornecimento de água potável. A contínua investigação do Ministério Público e as ações impostas pela Justiça são passos importantes para assegurar que empresas como a CBA cumpram suas responsabilidades e não comprometam a saúde pública.
Com a expectativa de que a normalização da distribuição de água ocorra até o dia 16, a situação destaca a relevância de se preservar as fontes hídricas e proteger o abastecimento que é vital para a vida em comunidade.