Brasil, 15 de maio de 2025
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Viagem de Lula à China fortalece laços e investimentos

A visita de Lula à China sinaliza a busca por parcerias estratégicas e investimentos bilaterais significativos.

A viagem da comitiva brasileira à China, iniciada no sábado (10/5) e encerrada na madrugada desta quarta-feira (14/5), marcou uma sinalização clara por parte do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que a China é um parceiro comercial preferencial.

Durante uma entrevista coletiva concedida a jornalistas nesta madrugada, Lula expressou seu alinhamento com a China na defesa do multilateralismo. “Outra coisa que me deixa bastante satisfeito é a combinação de interesses nossos na defesa do multilateralismo”, destacou Lula.

Essas declarações ocorrem em um momento de tensão nas relações comerciais globais, marcado pela imposição de taxas por parte dos Estados Unidos sobre produtos de diversos países. “Tentar estabelecer o unilateralismo agora, acabar com uma coesão que o multilateralismo permitiu na questão comercial é, no mínimo, um equívoco que se está cometendo”, afirmou Lula, sem mencionar diretamente o presidente norte-americano, Donald Trump.

O governo brasileiro também anunciou a intenção de investidores chineses de aportar R$ 27 bilhões no Brasil. Além disso, foram assinados vários acordos para facilitar negócios futuros e o intercâmbio de tecnologias.

Acordos bilaterais com foco na saúde

No campo da saúde, a visita resultou na assinatura de três acordos bilaterais com os chineses, que incluem a transferência de tecnologia na área de equipamentos de imagem e a construção de uma plataforma industrial de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) no Brasil. Essa estrutura será essencial para a produção local de vacinas e outros insumos, fortalecendo a autonomia brasileira na área de saúde.

“China e Brasil são parceiros estratégicos e atores fundamentais nos temas globais. Apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração”, afirmou Lula.

O presidente demonstrou em suas falas que não teme possíveis retaliações por parte dos Estados Unidos. Ao falar sobre comércio exterior, ele enfatizou que o Brasil não tem “medo de competir” com produtos estadunidenses, reafirmando sua postura de firmeza nas negociações comerciais.

Taxações e disputas comerciais

Sobre as taxações impostas por Trump aos produtos brasileiros, Lula foi ainda mais enfático. Ele mostrou disposição para implementar uma reciprocidade ou mesmo buscar uma solução na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Se não tiver o acordo, vamos colocar em prática a reciprocidade ou vamos para a OMC brigar pelos nossos direitos”, enfatizou o presidente brasileiro.

Embora tenha expressado sua independência em relação aos EUA, Lula reconheceu a atuação de Trump em questões como a busca pela paz entre Rússia e Ucrânia. Contudo, deixou claro que sua aproximação com a China não implica aceitação de uma relação de subserviência.

“Não queremos chefe, não queremos xerife, queremos ser respeitados”, disse Lula, reforçando o desejo de um Brasil mais autônomo e respeitado no cenário internacional.

Com essa visita, Lula não apenas estreita laços com a China, mas também posiciona o Brasil como um ator relevante em um cenário global que demanda cada vez mais cooperação multilateral e investimentos estratégicos.

Essas ações e alinhamentos podem representar um novo capítulo nas relações internacionais do Brasil, especialmente na política econômica, onde parcerias com potências como a China podem trazer grandes benefícios para o país.

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