O Banco do Brasil (BB) e o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) firmaram um importante termo de compromisso de US$ 1 bilhão, com a finalidade de expandir os financiamentos a empresas brasileiras e chinesas. O ato, que reforça os laços comerciais e financeiros entre os países, ocorreu em Pequim durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático.
Fortalecimento das relações econômicas
O termo foi assinado pelo vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, Francisco Lassalvia, e pelo vice-presidente do CDB, Wang Peng. Este convênio não é apenas um compromisso financeiro; ele visa aprofundar a cooperação entre as instituições financeiras e, consequentemente, fortalecer as relações econômicas entre Brasil e China.
Essa nova linha de crédito, com um prazo de até cinco anos, permitirá ao Banco do Brasil ampliar suas operações de financiamento em setores estratégicos, incluindo infraestrutura, agronegócio, exportação e importação. A meta é beneficiar empresas de ambos os países que atuam no Brasil, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico bilateral.
Histórico de cooperação
Esse é o terceiro ato formal da parceria entre o BB e o CDB, que começou em 2013 com a abertura do escritório de representação do CDB no Rio de Janeiro. Em 2022, as instituições assinaram o primeiro contrato que formalizou a cooperação. A presença do Banco do Brasil na China, fortalecida pela inauguração de uma agência em Xangai em 2014, demonstra o interesse mútuo em um intercâmbio econômico robusto e duradouro.
Durante a reunião que precedeu a assinatura do termo de compromisso, executivos das duas instituições ressaltaram a força da parceria e expressaram o desejo por um aprofundamento nas cooperações futuras. A presidenta do BB, Tarciana Medeiros, enfatizou que o acordo efetivamente coloca o banco em uma posição de protagonista nas relações comerciais com o gigante asiático.
Banco do Brasil: líder nas relações com a China
Tarciana Medeiros destacou, durante o Seminário Empresarial Brasil–China, que o Banco do Brasil é o único banco brasileiro e latino-americano com presença física na China. “Construímos uma relação de 21 anos que demonstra que conhecemos as necessidades dos investidores chineses, assim como conhecemos profundamente as potencialidades de negócios em todo o Brasil”, declarou em Pequim.
Desde a abertura do escritório de representação em 2004 até a inauguração da agência em Xangai, o BB tem trabalhado em várias frentes para facilitar a integração econômica entre os dois países. Além do mercado chinês, a instituição está presente em outros mercados internacionais, incluindo Estados Unidos, Paraguai, Argentina, Ilhas Cayman, Reino Unido, Portugal, Alemanha e Japão.
CDB: o banco de fomento estatal da China
O Banco de Desenvolvimento da China, estabelecido em 1994, é uma instituição de fomento estatal que, embora independente, está sob a supervisão direta do Conselho de Estado da China. O CDB tem como objetivo apoiar indústrias-chave e setores subdesenvolvidos da economia chinesa, atuando em várias frentes de investimento.
Com 41 unidades na China e uma filial em Hong Kong, o CDB possui também 11 escritórios de representação fora do país, incluindo sua unidade no Rio de Janeiro. No final de 2024, os ativos totais do Grupo CDB, que incluem suas principais subsidiárias, eram estimados em aproximadamente US$ 2,6 trilhões.
O acordo entre o Banco do Brasil e o CDB representa uma nova etapa nas relações comerciais entre Brasil e China, com o potencial de beneficiar significativamente empresas e investidores de ambos os países. Com um aporte financeiro expressivo e um histórico de cooperação crescente, as expectativas para o futuro econômico bilateral são promissoras.
