Brasil, 15 de maio de 2025
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Rico Melquiades usa direito ao silêncio em depoimento na CPI das Bets

O influenciador Rico Melquiades não respondeu a diversas perguntas durante seu depoimento na CPI das Bets, levantando suspeitas sobre sua atuação nas apostas on-line.

Na última quarta-feira (14/5), o influenciador e vencedor do reality show A Fazenda, Rico Melquiades, compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal. Durante seu depoimento, que durou quase três horas, Melquiades fez uso de seu direito ao silêncio em dez ocasiões, deixando várias questões sem resposta. A CPI investiga a legalidade das apostas on-line no Brasil, um tema que vem ganhando destaque devido ao crescimento do mercado de jogos virtuais.

Depoimento no Senado e as perguntas sem resposta

A audiência começou por volta das 11h40 e se estendeu até aproximadamente 14h30. Embora tenha se apresentado como testemunha, Melquiades optou por não responder a perguntas cruciais sobre investigações anteriores nas quais esteve envolvido no início do ano, bem como sobre os montantes que recebeu para divulgar plataformas de apostas.

Um dos momentos mais notáveis foi quando o senador Izalci Lucas (PL-DF) questionou Melquiades sobre os detalhes de uma investigação que resultou em sua confissão de crimes como associação criminosa e falsidade ideológica, além do pagamento de uma multa significativa de R$ 1 milhão. O influenciador não deu esclarecimentos.

Melquiades enfrentou uma série de perguntas sobre suas finanças, com o senador Dr. Hiran (PP-RR) indagando sobre quanto ele ganha anualmente com contratos publicitários relacionados a apostas. Mais uma vez, o influenciador utilizou seu direito ao silêncio. Entre outras questões não respondidas, uma delas envolvia se o valor da multa foi pago com lucro das campanhas promocionais.

O silêncio parcialmente garantido

Segundo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o influenciador tem o direito de permanecer em silêncio, especialmente em questões que poderiam levar à sua incriminação. O ministro Alexandre de Moraes estabeleceu que essa segurança deve ser garantida, assegurando que Melquiades não precisa responder perguntas que possam resultar em danos pessoais.

A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), também perguntou ao influenciador se ele admitia a confissão dos crimes anteriormente mencionados, mas ele preferiu manter-se em silêncio novamente. Esta escolha levantou questionamentos sobre a transparência do influenciador e sobre a origem de seus ganhos com as apostas.

Investigações passadas e a Operação Game Over 2

Rico Melquiades foi alvo da Operação Game Over 2, conduzida pela Polícia Civil de Alagoas, que investiga a promoção irregular de jogos de azar on-line por influenciadores digitais. Durante a CPI, o influenciador manteve a justificativa de que as perguntas relacionadas a essa investigação eram sigilosas, o que justifica seu silêncio.

Entre as perguntas que Melquiades ignorou, estavam questões sobre contratos com a Blaze e a atual empresa ZeroUm Bet. Ele também não quis comentar sobre qual parte dos valores bloqueados de sua conta era proveniente de sua atuação como publicitário para apostas.

O uso do direito ao silêncio por parte do influenciador gera discussões sobre ética e responsabilidade no mundo digital, especialmente entre os criadores de conteúdo que promovem produtos e serviços de natureza controversa, como as apostas on-line. A indústria de jogos tem lidado com uma crescente escrutínio e regulação, o que torna essa CPI ainda mais relevante.

Impacto sobre a indústria de apostas no Brasil

A presença de figuras públicas como Melquiades na discussão sobre apostas online sinaliza o impacto que influenciadores têm sobre a percepção do público em relação a esse mercado. Enquanto a CPI avança em suas investigações, a pressão aumenta para que haja uma regulamentação mais clara e eficaz para as operações de jogos de azar na internet.

A atuação da CPI das Bets destaca a necessidade de uma abordagem mais transparente e responsável por parte de influenciadores e das empresas que operam neste setor, tudo em nome da proteção dos consumidores e da integridade do mercado.

Rico Melquiades, ao utilizar seu direito ao silêncio, pode estar construindo uma barreira de proteção para si mesmo, mas isso levantou questões sobre sua imagem pública e a confiança do público em relação à sua atuação como influenciador. Para o Brasil, a questão permanece: até que ponto é aceitável a promoção de jogos de azar, e quais são as implicações financeiras e legais para aqueles que se envolvem nesse universo?

As próximas sessões da CPI devem continuar a explorar estas questões, enquanto o público observa de perto as consequências para Melquiades e outros influenciadores envolvidos.

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