O vínculo do Papa Leão XIV com a África é um tema que ressoa profundamente entre os lideranças religiosas e os fiéis do continente. O sacerdote Edward Danaing Daleng, Procurador Geral da Ordem de Santo Agostinho, destacou a importância desta relação em uma recente coletiva de imprensa no Vaticano. “Ele tem a África em seu coração”, afirmou Daleng, enfatizando que o pontífice visitou várias missões africanas ao longo dos anos, com a mais recente sendo no Quênia, no final de 2024, onde a Federação Agostiniana da África mantém centros voltados para pacientes com AIDS.
Uma conexão histórica com a África
As raízes da conexão da Igreja com a África são profundas. A Federação Agostiniana da África (AFA) é um organismo internacional que reúne todos os institutos religiosos que praticam a espiritualidade agostiniana no continente. Fundada com o objetivo de expandir e aprofundar os ensinamentos de Santo Agostinho, a AFA inclui grupos religiosos masculinos e femininos e possui presença em diversos países, como Quênia, Nigéria, e República Democrática do Congo. Daleng comentou sobre a rica história da ordem no continente, que é marcada por um trabalho consistente em educação e desenvolvimento social.
A presença dos agostinianos na Nigéria
A Ordem de Santo Agostinho chegou à Nigéria em 1938, quando os primeiros missionários irlandeses se estabeleceram na região. Desde então, a verba da ordem tem sido crucial no desenvolvimento educacional do país. “Infelizmente, enfrentamos muitos desafios, incluindo a requisitação de nossos centros educacionais pelo governo. No entanto, em 2006, graças ao apoio do então cardeal Prevost, conseguimos abrir um internato para meninos e meninas”, compartilhou Daleng. Esse compromisso contínuo com a educação é algo que distingue o trabalho dos agostinianos no país.
O papel do Papa Leão XIV e suas expectativas
A recente eleição de Leão XIV como Papa traz expectativas significativas para a linha de continuidade da Igreja em relação à África. “Ele sempre demonstrou um carinho especial pelo nosso continente e acredito que a África estará no centro de seu pontificado”, opinou Daleng. Na visão do sacerdote, a habilidade de ouvir e permanecer humilde são características que o novo Papa traz consigo, potencializando seu compromisso com as comunidades africanas.
Iniciativas sociais e humanitárias no Quênia
O último compromisso do Papa na África foi no Quênia, onde ele dedicou a capela de Nossa Senhora do Bom Conselho em um convento no dia 10 de dezembro. Nesse contexto, Daleng ressaltou a preocupação constante do Papa com a missão agostiniana no Quênia, que começou nos anos 1990. “Temos vários centros de apoio, incluindo um para pacientes com AIDS, inaugurado em 2004, que reflete a visão humanitária do Papa”, concluiu o sacerdote. Este tipo de engajamento demonstra como a Igreja Católica e seus líderes, como Leão XIV, estão comprometidos em abordar questões sociais e de saúde no continente africano.
Expectativas futuras e a missão agostiniana
Com o novo pontificado, as esperanças de expansão e fortalecimento das iniciativas agostinianas na África são palpáveis. O desejo de Leão XIV de conhecer e entender o continente poderá abrir novas oportunidades para que mais pessoas se engajem nas missões. Daleng, que acompanha a trajetória do novo Papa há anos, acredita que a próxima fase de sua liderança será marcada por um foco renovado nas necessidades e aspirações dos africanos, garantindo que a espiritualidade agostiniana continue a prosperar e a fazer a diferença na vida de muitos.
Assim, o compromisso do Papa Leão XIV com a África não é apenas uma questão de afeto, mas também uma demonstração concreta de apoio às causas sociais e educacionais no continente, prometendo um futuro mais rico em colaboração e solidariedade.