Brasil, 14 de maio de 2025
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Operação da PF investiga fraudes no INSS ligadas à Conafer

A Polícia Federal realiza operação contra fraudes no INSS relacionadas à Conafer, com mandados de busca e apreensão.

Na manhã desta quarta-feira, 14 de maio, a Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão que visam pessoas ligadas à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer). As investigações revelam suspeitas de que essas pessoas integram uma organização criminosa responsável por fraudes, especificamente por descontos indevidos aplicados a aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A fraude foi revelada recentemente em uma série de reportagens do portal Metrópoles, que detalham como a situação se desenrolou dentro da Conafer, uma entidade que se propõe a defender os interesses dos agricultores familiares. O principal alvo da operação, Cícero Marcelino de Souza Campos, é mencionado nas investigações como assessor do presidente da Conafer, o pecuarista Carlos Roberto Ferreira Lopes.

Suspeitas de movimentações irregulares

De acordo com informações da PF, a Conafer recebeu mais de R$ 100 milhões através do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), onde R$ 812 mil foram repassados a Lopes. Esses recursos foram posteriormente redistribuídos entre subordinados e empresas ligadas a Cícero e sua esposa, Ingrid Pikinskeni Morais Santos.

Investigações revelaram que parte das empresas associadas a Cícero e Ingrid não possui funcionários operacionais e têm endereço comercial comum em Presidente Prudente, cidade onde os mandados foram cumpridos. A PF está focada em apurar se o casal utilizou os recursos para a aquisição de bens de alto valor, como veículos luxuosos.

A Polícia Federal também destacou que as movimentações financeiras observadas são consideradas incompatíveis com os rendimentos declarados pelos envolvidos à Receita Federal. Um caso específico chama a atenção: Ingrid transferiu R$ 746 mil ao presidente da Conafer, sendo que ela mesma havia recebido R$ 475 mil dele no mesmo intervalo de tempo, entre janeiro de 2021 e setembro de 2022.

A atuação da Conafer nas cobranças e o papel de Cícero

A Conafer, em seu funcionamento regular, realiza cobranças mensais entre R$ 25 a R$ 40 diretamente nas contribuições sociais de seus associados. Segundo a PF, esses valores eram considerados como receitas que Cícero teria que administrar, em colaboração com Lopes, para a prática das irregularidades que estão sendo investigadas.

Descobertas sobre repasses financeiros

Um aspecto particularmente alarmante para os investigadores foram os repasses feitos por Lopes diretamente para a conta bancária de Cícero. Ele recebeu ao todo R$ 291,5 mil de Lopes, fato que levanta suspeitas sobre a natureza desses pagamentos e sua legitimidade. Entre as transações também existem transferências para outros envolvidos na investigação, incluindo cerca de R$ 4,8 mil destinados a um auxiliar administrativo que, segundo as informações, tem uma renda mensal expressiva, porém suas movimentações financeiras são consideradas atípicas.

Esse auxiliar, identificado como José Laudenor, é sócio de José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência, na empresa Fayard Organizações e Serviços Empresariais. A complexidade do esquema se intensifica, uma vez que Oliveira foi associado a outras práticas suspeitas em sua carreira política.

Investigações em andamento

A operação da PF é um desdobramento da crescente preocupação sobre a utilização indevida de recursos da Previdência Social, o que não apenas compromete a segurança econômica dos aposentados, mas também gera um ciclo de lavagem de dinheiro com indícios de organização criminosa. A investigação, que já está gerando repercussões na opinião pública, ressalta a necessidade de supervisionar de perto as entidades ligadas à previdência e a importância da transparência na administração dos recursos públicos.

As apurações continuam e a PF já deixou claro que novos desdobramentos podem ocorrer, visando desmantelar toda a rede que se beneficiava dos esquemas fraudulentos, o que pode incluir outros atores além de Cícero e Lopes. A operação desta quarta-feira traz à luz questões relevantes sobre a integridade das instituições que devem servir à população.

À medida que a PF segue coletando evidências e fortalecendo seu caso contra os envolvidos, a sociedade aguarda medidas rigorosas contra as práticas que ameaçam o bem-estar coletivo e a confiança em sistemas de previdência.

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