Brasil, 14 de maio de 2025
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Filha de Maradona afirma que internação foi uma encenação

No coração de um dos casos mais emblemáticos do esporte, Gianinna Maradona, filha do ícone argentino Diego Maradona, fez revelações alarmantes durante o julgamento sobre a morte de seu pai. Em uma audiência que se estendeu por quase sete horas, ela descreveu a internação domiciliar em que Maradona faleceu como uma “encenação”, acusando a equipe médica de manipulá-lo e isolá-lo em um ambiente “escuro, feio e solitário”. O tribunal, que investiga a responsabilidade dos médicos após uma neurocirurgia realizada semanas antes da morte do astro, foi onde Gianinna fez suas declarações emocionadas.

O contexto da internação de Maradona

Diego Maradona faleceu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, devido a um edema pulmonar. A internação domiciliar aconteceu em sua residência em Tigre, próximo a Buenos Aires, e foi amplamente discutida durante o julgamento que começou em março. A defesa menciona que a equipe de saúde optou por essa modalidade de atendimento, mas Gianinna alegou que tudo não passou de uma farsa destinada a tirar seu pai de um ambiente que ele merecia e precisava, especialmente após passar por uma cirurgia significativa.

“A hospitalização foi uma encenação, uma peça de teatro que montaram para continuar com o que buscavam desesperadamente, que era manter meu pai em um lugar escuro, feio e solitário,” afirmou Gianinna, claramente emocionada durante seu depoimento. Essas palavras não só revelam o desespero de uma filha ao lidar com a morte benévola de seu pai, mas também iluminam as falhas que podem ter levado a uma tragédia que choca o mundo do futebol.

Condições de atendimento médico em questão

O processo está focado na análise da qualidade do atendimento domiciliar, e diversas evidências estão sendo apresentadas a respeito das condições em que Maradona foi tratado. Gianinna destacou que, em uma reunião anterior à sua morte, a equipe médica e a família decidiram pela internação, mas essa escolha foi cercada de promessas não cumpridas. “Toda essa conversa, tudo o que não aconteceu, o que foi prometido e não cumprido. Os responsáveis que falaram lá e prometeram coisas que não aconteceram depois. Acho que foi uma manipulação terrível”, lamentou.

Além disso, depoimentos de médicos presentes durante a audiência destacaram as péssimas condições do quarto onde Maradona faleceu. Informaram que o local estava sujo e faltavam equipamentos médicos essenciais, como desfibriladores. Essa situação levanta graves questões sobre a responsabilidade dos médicos e se eles estavam agindo no melhor interesse do paciente ou apenas em função de interesses próprios.

Interesses financeiros por trás do atendimento?

O advogado de Gianinna, Fernando Burlando, mencionou que existia um “interesse financeiro” por trás da decisão de manter Maradona em casa, mas não detalhou como isso se manifestava. Esta afirmação sugere que as motivações dos cuidadores podem ter sido distorcidas, priorizando lucros em vez do bem-estar de Maradona.

O psicólogo Carlos Díaz, um dos acusados no caso, teve uma mensagem de áudio reproduzida em tribunal, em que expressava mais preocupações legais do que médicas. Ele afirmou: “Aqui, o objetivo estratégico é passar a responsabilidade para a família… é uma forma de nos protegermos”, um comentário que provocou reações de desaprovação na sala do tribunal. Para Gianinna, ouvir este trecho a deixou “com raiva e impotente”, evidenciando a frustração de uma filha que confiava na equipe médica para cuidar do pai.

Impacto emocional e ações judiciais adicionais

As repercussões da morte de Maradona continuam a afetar profundamente sua família. Gianinna compartilhou que, após a morte de seu pai, ela sentiu vontade de “morrer, ir com ele”, relutando em lidar com a dor. Ela e sua irmã Dalma estão movendo uma ação judicial contra os administradores das finanças de Maradona, alegando que eles roubaram milhões de dólares de seu pai através de fraudes.

Consequências jurídicas para a equipe médica

Além de suas alegações, os membros da equipe médica, incluindo o psicólogo e outros profissionais de saúde, enfrentam acusações de homicídio doloso, que pode resultar em penas de 8 a 25 anos de prisão. As evidências apresentadas no tribunal serão cruciais para determinar não apenas as responsabilidades legais, mas também o legado do maior jogador de futebol da história e o que ocorreu em seus momentos finais.

Com visíveis tensões e emoções afloradas, a luta de Gianinna e sua família para trazer à luz a verdade sobre as circunstâncias da morte de Diego Maradona se desdobra, colocando não só questões de saúde, mas também princípios éticos e morais em xeque no cenário da medicina e do cuidado ao paciente.

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