Na noite desta terça-feira, o Circo Voador, no Rio de Janeiro, foi o palco do lançamento da candidatura de Washington Quaquá à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT). O atual prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente da legenda destacou em seu discurso que a sigla não abrirá mão do nome de Fabiano Horta como vice em uma provável chapa ao governo do estado, que pode ter como candidato Eduardo Paes (PSD) em 2026.
Expectativas para as eleições de 2026
O tom assertivo de Quaquá em relação à candidatura de Paes surpreendeu muitos presentes, já que o prefeito do Rio, até o momento, não confirmou sua intenção de concorrer ao Palácio Guanabara. Contudo, a postura do PT demonstra uma estratégia clara para unir forças na disputa eleitoral. “O PT não vai abrir mão do Fabiano Horta como vice para o governo do Estado. É Eduardo (Paes) para governador e um vice de esquerda, o Fabiano Horta”, afirmou Quaquá. Ele ainda sugeriu uma embaixada para a ex-governadora Benedita da Silva, considerando sua importância no partido.
Alianças em momento crucial
Quaquá, que lançou formalmente sua candidatura, tem estreitas relações com Horta, que já ocupou cargos como vereador, deputado federal e foi prefeito de Maricá por dois mandatos. Horta é visto como uma peça chave na estratégia do PT para as próximas eleições. Durante o evento, Quaquá também destacou que Alessandro Molon é o nome ideal para concorrer ao Senado em 2026, apontando para sua capacidade de unir a esquerda e criar uma candidatura forte.
Divisão interna no PT
O lançamento da candidatura de Quaquá traz à tona as divisões internas no PT, especialmente na corrente majoritária, conhecida como Construindo um Novo Brasil (CNB), que também abriga o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva. Este último é considerado o favorito de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e tem tentado unificar o partido para a disputa. A rivalidade entre Quaquá e Edinho pode acirrar ainda mais as tensões dentro da sigla, que busca evitar um racha nas próximas eleições.
A resistência enfrentada por Edinho, que conta com o apoio de figuras influentes como José Dirceu e Fernando Haddad, é um indício de que o debate sobre a liderança do PT será intenso nos próximos meses. “Alguém precisa mostrar unidade no partido”, comentou um dirigente que preferiu manter o anonimato.
Movimentos para a reforma partidária
Recentemente, a corrente majoritária do PT divulgou uma nota defendendo a “unidade partidária”, interpretada como um apelo para que Edinho consiga conquistar o apoio necessário e acalmar as críticas à sua candidatura. Em março, o Diretório Nacional do PT também aprovou uma resolução estabelecendo diretrizes para as eleições diretas, marcadas para 6 de julho. Este modelo, que permite o voto direto de filiados, não era adotado na sigla desde 2013.
Calendário das eleições do PT
Segundo a nova resolução, apenas os Diretórios Municipais registrados na Justiça Eleitoral até 30 de abril de 2024 poderão participar da votação. Os filiados que estiverem em dia com suas filiações até 28 de fevereiro de 2025 poderão votar e se candidatar, desde que não tenham enfrentado impugnações, de acordo com as normas internas da legenda. O Encontro Nacional do PT está agendado para os três primeiros dias de agosto, enquanto as reuniões estaduais ocorrerão de 19 a 27 de julho.
O evento de lançamento da candidatura de Quaquá não apenas serviu para mostrar seu compromisso com o partido, mas também reforçou sua posição como uma das principais vozes entre os postulantes à presidência do PT. Com o apoio de lideranças e a presença de shows de artistas renomados, o evento delineou um futuro que promete ser agitado para a política carioca e nacional. Agora, resta saber como essa disputa influenciará a estratégia da legenda em um cenário eleitoral cada vez mais complexo.
Com a aproximação das eleições, as movimentações internas do PT e as definições de candidaturas serão cruciais para determinar o futuro do partido e suas possibilidades de vitória nas urnas.