A morte do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, nesta terça-feira (13/5), gerou uma onda de homenagens e manifestações de pesar por parte de autoridades brasileiras nas redes sociais. A notícia da sua morte, em decorrência de um câncer no esôfago que se agravou nos últimos meses, pegou muitos de surpresa e trouxe à tona a forte admiração que o ex-presidente conquistou no Brasil e na América Latina.
Reações de líderes brasileiros
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), foi um dos primeiros a se manifestar postando em seu perfil na rede social X. Ele expressou tristeza pela partida do líder de esquerda e ressaltou a importância de Mujica como um exemplo de “diálogo e equilíbrio”. Motta escreveu: “Recebi com tristeza a notícia da partida do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. No campo da boa política, ele sempre foi uma referência de diálogo e equilíbrio. Fica o exemplo de simplicidade, humanidade, honestidade e preocupação com o próximo”.
Além de Motta, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, divulgou uma nota de pesar, onde compartilhou sua felicidade por ter conseguido homenagear Mujica em vida. “Felizmente, em março deste ano, tive a oportunidade de publicar o artigo ‘A humanidade cabe em um fusquinha azul’, em que pude homenagear e reconhecer publicamente toda a admiração a Mujica, com ele ainda em vida”, destacou Mercadante.
Legado de Pepe Mujica
O reconhecimento à importância do ex-presidente uruguaio vai além das fronteiras do Brasil. O líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (PT-CE), também fez questão de se pronunciar sobre a perda. Para Guimarães, Mujica foi “um dos maiores líderes da esquerda”, um “exemplo de homem simples, do povo, filho de uma vendedora de flores”, que se tornou um ícone ao assumir a presidência do Uruguai.
Internacionalização do pesar
Mais cedo, a repercussão da morte de Mujica nos círculos políticos internacionais foi marcante. Líderes de diferentes países, incluindo os presidentes da Bolívia, Espanha, Colômbia, Paraguai e México, expressaram suas condolências e ressaltaram a relevância histórica do ex-presidente uruguaio. Claudia Sheinbaum, presidente do México, publicou uma mensagem dizendo: “Lamentamos profundamente a morte do nosso querido Pepe Mujica, um exemplo para a América Latina e o mundo inteiro por sua sabedoria, consideração e simplicidade. Expressamos nossa tristeza e condolências à família, amigos e ao povo do Uruguai”.
A morte de Pepe Mujica não é apenas a perda de um líder político, mas também o fim de uma era marcada por valores de justiça social, inclusão e simplicidade. O ex-presidente era admirado por sua vida modesta, mesmo ocupando uma posição de destaque, e seu legado permanecerá nas lembranças daqueles que acompanharam sua trajetória de luta e defesa dos direitos humanos.
A importância de Pepe Mujica na política latino-americana
Pepe Mujica, carinhosamente conhecido como “o homem mais pobre do mundo”, sempre se destacou por sua postura ética e pelo discurso acessível. Ele governou o Uruguai de 2010 a 2015 e, durante seu mandato, promoveu reformas que beneficiaram os menos favorecidos, incluindo a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a regulamentação da maconha. Essas iniciativas foram vistas como pioneiras e proporcionaram ao Uruguai um papel de destaque na política progressista da América Latina.
Seu estilo de vida humilde, que incluía viver em uma pequena casa e dirigir um fusca antigo, ressoava com muitos cidadãos, tornando-lhe um líder admirado não apenas por suas políticas, mas também por sua personalidade autêntica. A perda de Mujica abre um espaço vazio na política latino-americana, mas seu legado de transparência e cuidado humano continuará a inspirar novas gerações.
Os tributos e homenagens crescendo nos próximos dias certamente destacarão a influência significativa que ele ainda exerce sobre muitos líderes e cidadãos que buscam um mundo mais justo e igualitário.
