Brasil, 14 de maio de 2025
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Morte de guia de turismo em Caraíva gera protestos e polêmica

A morte de Victor Cerqueira em ação policial em Caraíva levanta questionamentos sobre invasão e identificação errada por parte das autoridades.

No último sábado (10), Victor Cerqueira Santos Santana, um guia de turismo de 30 anos, foi morto durante uma operação policial em Caraíva, Bahia. Sua morte gerou comoção entre familiares e moradores da região, que acreditam que Victor foi confundido com outro homem, conhecido como João Vitor, identificado como segurança de traficantes. Os familiares contestam a versão da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que alegou que Victor tinha envolvimento com o tráfico de drogas e morreu em confronto com a polícia.

Confusão de identidades e a luta por justiça

Segundo relatos da família, há motivos para acreditar que Victor foi inocente e vítima de um erro trágico. “A suspeita principal é de que tenha sido confundido com outro homem, conhecido como segurança de traficantes e apelidado de ‘Vitinho’, que possuía mandado de prisão e ficha criminal”, afirmam os familiares em uma nota oficial. A situação se complica ainda mais com a ausência de resposta clara das autoridades, que afirmaram apenas que a ocorrência está sendo investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar.

A angústia da família é reforçada pelo que eles consideram indícios de ocultação de provas. “Pouco antes da operação, as câmeras da travessia do rio Caraíva teriam sido desligadas e agentes teriam apreendido imagens das câmeras dos estabelecimentos comerciais da região”, diz a nota, acendendo um alerta sobre a transparência das investigações.

A versão das autoridades

Conforme a SSP-BA, a operação visava cumprir um mandado de prisão contra um homem conhecido como Alongado, suspeito de chefiar uma facção criminosa envolvida em diversos crimes, incluindo tráfico de drogas. Na versão oficial, Victor foi descrito como “segurança” do chefe da facção e teria sido atingido no confronto que se seguiu ao cumprimento do mandado.

Em apoio à versão da polícia, chegou-se a afirmar que, além de Victor, um terceiro homem também foi preso durante a operação. No entanto, a família alega que Victor foi algemado antes de ser morto, trazendo à tona a grave denúncia de tortura e uso excessivo de força.

Reações da comunidade e protestos

A morte de Victor Cerqueira provocou protestos em Caraíva, com moradores exigindo justiça e transparência nas investigações. Muitos acreditam que o jovem, que tinha uma vida pacata e nunca teve problemas com a justiça, foi vítima de uma abordagem policial imprudente e violenta. “Meu filho foi algemado e saiu algemado na frente de outras pessoas. Só chegou em Porto Seguro 3h da manhã, morto, com sinais de tortura”, desabafou Luzia Cerqueira, mãe de Victor.

A situação gerou uma onda de indignação, fazendo com que moradores da região se unissem em protesto contra a violência policial. Durante os atos, foram criadas faixas e gritos por justiça, clamando pelo fim da impunidade nas ações das forças de segurança.

Desdobramentos e exigências

A família de Victor Cerqueira não apenas pede justiça, mas também uma “investigação imediata, transparente e independente, com a responsabilização rigorosa de todos os envolvidos”. A pressão popular e a demanda por respostas claras aos questionamentos são sinais de que a comunidade não aceitará uma mera versão oficial sem um exame aprofundado e imparcial dos fatos.

O atestado de óbito de Victor indica morte por politraumatismo e hemorragia, mas ainda não foi esclarecido se houve um confronto que possa justificar esses ferimentos. A SSP-BA não respondeu aos questionamentos dirigidos sobre a contraditório entre o atestado de óbito e as informações divulgadas sobre a ação policial.

Enquanto a comunidade de Caraíva continua clamando por respostas, a história de Victor Cerqueira serve como mais um triste lembrete da realidade violenta que muitos enfrentam em áreas afetadas pelo tráfico e pelas operações policiais. A luta por justiça está apenas começando.

Saiba mais sobre este caso e outros desdobramentos da segurança pública na Bahia em nosso canal de notícias.

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