Nesta terça-feira (13), uma operação policial resultou na morte de Thiago da Silva Folly, o TH da Maré, considerado um dos principais traficantes da região. A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que o criminoso estava escondido em um “bunker” na comunidade do Timbau, parte do Complexo da Maré, onde foi surpreendido durante uma intensa ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais). As autoridades já monitoravam TH há cerca de um ano, e sua localização foi revelada após um trabalho de inteligência que visava minimizar os riscos para a população local.
Monitoramento intenso e segurança reforçada
Imagens capturadas por drones durante o monitoramento de TH mostram que o traficante contava com um esquema de segurança robusto, circulando sempre acompanhado por mais de dez seguranças armados. Ele era alvo de investigações há nove anos e, segundo a Polícia, o planejamento da ação para capturá-lo levou em consideração a segurança da comunidade, evitando assim possíveis retaliações.
Por volta da hora da operação, Thiago havia feito uma tatuagem, um detalhe que, segundo a polícia, demonstra sua as ações de rotina antes de ser morto. A ação do Bope resultou não somente na morte do traficante, mas também de outros dois seguranças que o acompanhavam no momento do ataque.
Uma trajetória criminal marcada por violência
Com apenas 36 anos, TH acumulava um extenso histórico criminal, totalizando 227 anotações por variados delitos, incluindo homicídio, roubo e tráfico de drogas, além de 17 mandados de prisão em aberto. Ele era um dos líderes do Terceiro Comando Puro (TCP) e havia sido um personagem central em uma série de crimes violentos na região.
Recentemente, TH havia até mesmo estabelecido um centro de treinamento para traficantes no Morro da Maré, onde os criminosos eram submetidos a “cursos práticos de táticas de guerrilha” em um clube que poderia ter sido um espaço de lazer para a comunidade. Em outubro de 2023, esse local foi fechado pelas autoridades, encerrando um ciclo de violência e preparação militar nos subúrbios do Rio.
Responsável por várias mortes de policiais
A ficha criminal de TH é marcada por crimes hediondos, incluindo a execução de policiais. Ele é acusado de ter participado da morte de dois PMs, Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias, em junho do ano passado, durante uma operação que ocorreu na área. Além disso, é apontado como responsável pela morte do cabo do Exército Michel Augusto Mikami em 2014, enquanto ele estava em uma ocupação das Forças Armadas na região, tornando-se, assim, um alvo prioritário para a polícia.
As autoridades também o vinculam à morte de Hélio Andrade, um soldado da Força Nacional, que perdeu a vida após ser confundido em um local de intensa atividade criminosa na Vila do João, poucos dias antes das Olimpíadas de 2016.
Consequências da operação
A morte de TH da Maré gera reações mistas na comunidade. Muitos moradores há muito tempo esperavam por uma ação tão contundente por parte das forças de segurança, mas a maneira como isso foi feito levanta questões sobre a segurança e o impacto nas vidas dos civis na região. A operação do Bope é vista por alguns como um ato necessário para restabelecer a ordem, ao passo que outros temem que isso possa intensificar a violência e a retaliação por parte de grupos criminosos que ainda operam nas comunidades.
A Polícia Militar, por outro lado, promete continuar com suas ações e esforços de monitoramento para desmantelar outras organizações criminosas que continuam a ameaçar a segurança e bem-estar da população local. A morte de TH representa um passo significativo na luta contra o tráfico de drogas e o crime organizado no Rio de Janeiro, mas a batalha pela paz e segurança nas comunidades ainda está longe de ser vencida.
O impacto da morte de um dos principais traficantes da Maré será observado nos próximos dias, enquanto a polícia ajusta suas estratégias e a comunidade lida com as repercussões desse evento trágico e complexo.