Brasil, 13 de maio de 2025
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Brasil pode expandir exportações para a China em 400 produtos

Levantamento revela que Brasil busca ampliar parceria comercial com a China, aproveitando cenário internacional desfavorável aos EUA.

Em um movimento estratégico para consolidar sua posição no comércio internacional, o Brasil está avaliando a possibilidade de aumentar em 400 o número de produtos exportados para a China. Essa iniciativa surge em meio ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos, que tem causado incertezas no comércio global.

A importância da relação Brasil-China

A China se consolidou como o principal parceiro comercial do Brasil, superando até mesmo os Estados Unidos e a Argentina. Dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) demonstram uma estabilidade no fluxo comercial entre os dois países, que alcançou aproximadamente US$ 158 bilhões, entre exportações e importações, de 2023 a 2024. No entanto, as exportações brasileiras para a China caíram de US$ 104,3 bilhões para US$ 94,3 bilhões, enquanto as importações aumentaram 20%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 63,6 bilhões.

Durante uma visita recente à China, Lula se encontrou com o presidente Xi Jinping, enfatizando que o Brasil e a China “nunca estiveram tão próximos”. Essa declaração reflete a busca do Brasil por fortalecer laços bilaterais, particularmente em um contexto de crescente tensão comercial global. O presidente brasileiro ressaltou a necessidade de uma relação mais sólida entre os dois países, apontando que a cooperação é mais crucial do que nunca.

Áreas de potencial crescimento nas exportações brasileiras

O levantamento da Apex identificou diversas áreas onde o Brasil pode expandir suas exportações para a China, abrangendo produtos variados que vão desde alimentos até matérias-primas e produtos manufaturados. Confira algumas das principais categorias e exemplos:

Artigos manufaturados

O Brasil pode aumentar as exportações em 113 produtos dessa categoria, incluindo ferro-gusa, alumínio, couro, pérolas e cobre.

Matérias-primas

Com a possibilidade de adicionar 61 produtos, essa área inclui minérios de ferro, cobre, soja e celulose.

Produtos alimentícios

Os exportadores brasileiros podem ampliar a lista em 46 itens, destacando carnes bovina, de aves e suína, além de milho, trigo e açúcares.

Combustíveis

Na área de combustíveis minerais e lubrificantes, há espaço para mais cinco produtos, com destaque para petróleo bruto e outros derivados.

Outros produtos

Por fim, 164 outros produtos também podem ser exportados, incluindo polímeros de etileno, produtos químicos, medicamentos e máquinas.

Impacto do tarifaço de Donald Trump

A visita de Lula à China e seu posicionamento sobre guerras comerciais coincide com as medidas protecionistas adotadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs altas tarifas sobre produtos estrangeiros. De acordo com Trump, o objetivo é proteger os produtores americanos do “roubo” praticado por outros países. Esse contexto de tensão gera um ambiente volátil para o comércio externo, levando o Brasil a considerar alternativas de diversificação de mercados.

Especialistas em relações internacionais enfatizam que, além de buscar soluções com a administração americana, o Brasil deve focar em fortalecer relações comerciais com outros parceiros. A embaixada dos EUA no Brasil também destacou que países como o Brasil estão, de certa forma, “sufocando” a economia americana, o que pode acentuar ainda mais as tensões comerciais.

Comparativo com os Estados Unidos

Em uma comparação com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial do Brasil, as trocas comerciais também foram impactadas. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,3 bilhões para os EUA, enquanto importou US$ 40,6 bilhões, resultando em um saldo negativo de US$ 283 milhões. Essa corrente comercial totalizou US$ 81,02 bilhões, representando metade da corrente comercial registrada com a China.

Com um panorama em constante mudança, fica claro que o Brasil está em uma encruzilhada no comércio internacional. A amplitude das exportações para a China pode não apenas ajudar a mitigar os efeitos das tarifas americanas, mas também solidificar a posição do Brasil como um player essencial no comércio global. À medida que o governo brasileiro explora novas oportunidades comerciais, o futuro da relação Brasil-China pode se tornar ainda mais forte e interdependente.

Essa nova estratégia comercial é vista com otimismo por muitos analistas, que acreditam que a diversificação de mercados e parceiros comerciais é essencial para garantir a estabilidade e o crescimento econômico do Brasil diante de um cenário global instável.

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