Brasil, 13 de maio de 2025
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Comércio brasileiro cresce 0,6% em abril, aponta estudo

O comércio no Brasil registrou crescimento de 0,6% em abril, mas o cenário econômico ainda é motivo de cautela.

O comércio brasileiro apresentou um leve crescimento de 0,6% em abril na comparação com março, conforme dados do Índice do Varejo Stone (IVS). O estudo, que avalia mensalmente o desempenho do varejo no país, revelou também uma alta de 0,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar desse resultado positivo, o especialista Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, recomenda cautela quanto à real recuperação do setor.

Um cenário ainda desafiador

Embora o índice tenha mostrado um crescimento modesto, a economia brasileira ainda dá sinais de desaceleração. A alta no desemprego, a diminuição da criação de vagas formais, e o aumento do endividamento das famílias são fatores que preocupam os economistas. “Embora alguns indicadores mostrem certa estabilidade, ainda é cedo para falar em reversão de tendência”, afirmou Calvelli. O cenário sugere que o crescimento não é sustentável a longo prazo, principalmente com a pressão da inflação que afeta o consumo das famílias.

Desempenho das vendas

O comércio digital apresentou um desempenho mais robusto, registrando uma alta de 5,3% em abril. Em contraste, o varejo físico avançou apenas 0,3% no mesmo período. Em comparação com abril do ano anterior, o comércio digital teve uma queda de 4,8%, enquanto o varejo físico cresceu 1,3%. Isso demonstra uma mudança nos hábitos de compra do consumidor, que continua a migrar para as plataformas online, especialmente em um cenário onde a praticidade e a segurança são fundamentais.

Crescimento setorial

Apesar de ser um mês de leve crescimento, sete dos oito segmentos analisados pelo IVS mostraram avanço nas vendas em abril. O setor mais destacado foi o de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria, que cresceu 7%, seguido por Material de Construção, com 2,1%. Outras categorias que avançaram incluem Tecidos, Vestuário e Calçados, Móveis e Eletrodomésticos (ambos com 1,3%), Artigos Farmacêuticos (0,8%) e Combustíveis e Lubrificantes (0,6%).

Por outro lado, o único segmento a registrar queda foi o de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo, que viu uma redução de 2,2%. Este dado pode indicar uma mudança temporária nas preferências de compra ou uma resposta direta à inflação e à pressão sobre o poder de compra das famílias.

Comparativo anual

Ao observar os dados em comparação com abril de 2023, o setor de Combustíveis e Lubrificantes destacou-se com uma alta de 5,8%. Outros segmentos que se destacaram foram os de Hipermercados e Supermercados (4%) e Vestuário (3,3%). No entanto, as quedas mais significativas foram notadas em Móveis e Eletrodomésticos (–3,2%) e Material de Construção (–2,6%). Essas variações refletem as mudanças na demanda e nos preços dos produtos, afetados pelas condições econômicas atuais.

Calvelli explica que, embora a leve recuperação em abril seja um sinal positivo, as altas não foram suficientes para compensar as perdas acumuladas em março. O setor de Vestuário, por exemplo, que avançou 1,3% em abril, ainda está abaixo da média, pois enfrentou uma queda de 3,3% no mês anterior. Assim, fica evidente que a recuperação do comércio é uma caminhada lenta e incerta.

Cenário regional do comércio

No panorama comparativo, o comércio progrediu em 19 estados brasileiros no comparativo anual. Os estados do Acre (12,1%), Amapá (9,4%) e Sergipe (8,6%) foram os que lideraram os índices de crescimento. Outros estados que apresentaram resultados positivos incluíram o Rio Grande do Sul (5,7%), Pará (5,5%) e São Paulo (2,5%).

Entretanto, oito estados registraram quedas, sendo o Distrito Federal (–4,7%), Mato Grosso do Sul (–4,4%) e Rondônia (–3,3%) os mais afetados. Esses dados revelam a disparidade regional, onde fatores locais afetam diretamente as vendas do comércio.

Em um ambiente econômico cheio de volatilidade, especialistas continuam a monitorar os indicadores do varejo, ressaltando que o crescimento – embora positivo – deve ser analisado com responsabilidade e realismo para entender as tendências futuras da economia brasileira.

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