Brasil, 13 de maio de 2025
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Correios enfrentam prejuízo bilionário e medidas de contenção

Correios encerram 2024 com prejuízo histórico; governo adota medidas de contenção de custos para reverter a situação.

Dois anos após ser retirada do Programa Nacional de Desestatização (PND), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos registrou um prejuízo bilionário em 2024, que chegou a R$ 2,6 bilhões, quatro vezes maior do que o registrado em 2023, que foi de R$ 597 milhões. Este é o primeiro prejuízo bilionário da estatal desde 2016, o que acende um sinal de alerta sobre a saúde financeira da empresa.

Para lidar com essa crise, o governo Lula (PT) anunciou um conjunto de medidas com o objetivo de conter despesas e garantir o funcionamento da empresa. No entanto, as ações propostas têm gerado insatisfação entre os trabalhadores.

Medidas de contenção adotadas pelos Correios

Nesta segunda-feira (12 de maio), foram divulgadas sete medidas que deverão ser implementadas a partir do mês de junho. Dentre elas, a suspensão de férias e convocação para o trabalho presencial, além de metas de redução de custos que não agradam aos colaboradores. As principais medidas incluem:

  1. Prorrogação das inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário (PDV): até 18 de maio de 2025, mantendo os atuais requisitos de elegibilidade;
  2. Incentivo à redução da jornada de trabalho: alteração da carga horária para 6 horas diárias e 34 horas semanais, com ajuste proporcional de remuneração para empregados lotados em unidades administrativas;
  3. Incentivo à transferência, voluntária e temporária, de agente de correios: pagamento do adicional de atividade mais vantajoso para empregados;
  4. Suspensão temporária de fruição de férias: a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano;
  5. Revisão da estrutura do Correios Sede: redução de pelo menos 20% do orçamento de funções;
  6. Convocação para o retorno ao trabalho presencial: todos os empregados devem retornar a partir de 23 de junho de 2025;
  7. Lançamento de novos formatos de planos de saúde: atividade que será dialogada com as representações sindicais, prevendo uma economia estimada de 30%.

A empresa prevê que a implementação dessas medidas possa gerar uma economia significativa, estimada em até R$ 1,5 bilhão em 2025. Além disso, os Correios firmaram uma parceria com o New Development Bank (NDB) visando captar R$ 3,8 bilhões em investimentos, um processo que já está em andamento.

O impacto do prejuízo nos trabalhadores

A crise financeira nos Correios não se limita às questões administrativas e orçamentárias; ela também afeta diretamente os colaboradores. Os funcionários expressaram descontentamento com as medidas de cortes de custos e a pressão por aumento de produtividade, o que intensifica a insatisfação no ambiente de trabalho. Os sindicatos que representam os trabalhadores têm se manifestado sobre a necessidade de encontrar soluções que não prejudiquem os direitos e a qualidade de vida dos empregados.

Num contexto mais amplo, o governo federal vem tentando blindar a empresa diante do histórico de cortes e privatizações anteriores. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, ressaltou em reunião com o presidente Lula que a recuperação da estatal é uma tarefa complexa, considerando o “legado de sucateamento” que se observa em sua estrutura e funcionamento.

Os desafios futuros dos Correios

Além das dificuldades financeiras, os Correios devem enfrentar o desafio de se modernizar para se manter competitivos em um mercado cada vez mais dinâmico. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, salientou que a empresa precisa evoluir para se tornar um verdadeiro agente logístico nacional, o que demanda investimentos e inovações tecnológicas.

Enquanto isso, a companhia se comprometeu a investir R$ 830 milhões para renovar a frota, modernizar a infraestrutura e ampliar a capacidade tecnológica. A combinação desses esforços será crucial para a recuperação e o fortalecimento da empresa, que até o momento enfrenta um dos piores cenários financeiros de sua história.

Conclusão

A crise enfrentada pelos Correios é um reflexo de problemas mais profundos na administração pública e na gestão de estatais no Brasil. Com o aumento do prejuízo, o governo federal e a direção da empresa precisam encontrar soluções eficazes que garantam a viabilidade da estatal e o bem-estar dos seus colaboradores. O futuro dos Correios depende de um equilíbrio entre a austeridade financeira e a necessidade de inovação e investimento para recuperar a confiança da população e do mercado.

Para mais informações sobre o tema, acesse o link da fonte.

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