Brasil, 13 de maio de 2025
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Acordo comercial entre China e EUA traz esperança ao mercado

Trégua de 90 dias entre as potências cria otimismo e impacto nos mercados financeiros globais e brasileiros.

No dia em que China e Estados Unidos anunciaram uma trégua de 90 dias em sua disputa comercial, o cenário econômico apresentou movimentos significativos. O dólar à vista subiu 0,53%, alcançando R$ 5,68, enquanto a Ibovespa, após oscilações ao longo do dia, registrou um leve aumento de 0,04%, fechando aos 136.563,18 pontos. Nos Estados Unidos, os principais índices dispararam, refletindo um clima de alívio no mercado.

Expectativa e reações do mercado

De acordo com André Valério, economista sênior do Inter, a paz firmada entre as duas maiores economias do mundo foi “mais satisfatória do que o mercado esperava”. Este alívio surge após semanas marcadas por tensões, nas quais muitos duvidavam da possibilidade de um acordo razoável. “O mercado não tinha muitas esperanças. A China mantinha uma postura rígida, exigindo que os EUA retirassem tarifas antes mesmo de iniciar as conversas”, disse Valério.

A moderação da postura chinesa foi bem recebida, dissipando temores de um embargo total entre os dois países. Valério complementa: “Ainda há tarifas, mas são muito menos nocivas do que o cenário anterior. Isso reduziu a incerteza e trouxe capital de volta para a economia americana.” O economist observa que a apreciação do dólar não é resultado de fraqueza do real, mas sim de um fortalecimento da moeda americana frente a diversas divisas globais.

O impacto na economia americana

Segundo Valério, a perspectiva de que o custo do embate comercial sobre o crescimento dos EUA será menor do que o inicialmente temido também reduz o risco de recessão. “O mercado está levemente mais otimista em relação à economia americana. A incerteza que permeou abril impactou negativamente dados importantes, como a redução no volume do Porto de Los Angeles e o fraco desempenho do setor de transporte. Contudo, espera-se uma recuperação nos próximos meses.”

Contudo, mesmo com o avanço nas negociações, o presidente Trump alertou que pode retornar a aumentar as tarifas caso não haja um acordo satisfatório dentro do prazo de 90 dias. Valério pondera que este período pode trazer novos desafios, principalmente à medida em que se aproxima do seu término. “Essa volatilidade faz parte do estilo de negociação do Trump, mas ficou evidente que manter um nível elevado de tensão não é interessante para nenhum dos lados”, destaca.

Perspectivas para o Brasil

A análise de Valério indica que, neste cenário, o dólar recupera seu status como porto seguro global. “Com a estabilização do ambiente, a bolsa tende a reagir melhor. O impacto inicial foi negativo, mas o dólar reassumiu seu papel como uma moeda segura.” Ele menciona que um prolongamento das tensões teria consequências negativas para a economia brasileira, que se mostra dependente do mercado chinês.

Valério conclui que “o Brasil se beneficia a médio prazo com a resolução da incerteza”. A instabilidade não era boa para a economia brasileira, uma vez que as tarifas poderiam induzir uma recessão também na China, o que impactaria negativamente as exportações brasileiras. “Neste momento, pode-se dizer que o Brasil perdeu a oportunidade de lucrar no curto prazo, mas o ganho a longo prazo, com a normalização do mercado, é mais importante e valioso”, finaliza.

À medida que o cenário econômico global se estabiliza, as expectativas se renovam e as negociações comerciais entre China e EUA podem trazer efeitos positivos não apenas para as potências envolvidas, mas também para economias dependentes, como a do Brasil.

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