O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deu um passo significativo nesta segunda-feira (12) ao solicitar a condenação dos envolvidos no trágico incêndio do Ninho do Urubu, o centro de treinamento do Flamengo, que resultou na morte de dez adolescentes em fevereiro de 2019. Após mais de três anos de investigação e o depoimento de mais de 40 testemunhas, o MPRJ afirma que há evidências suficientes para responsabilizar os acusados criminalmente, classificando o incidente como “a maior tragédia da história do Flamengo”.
Quem são os acusados?
O pedido de condenação abrange os seguintes indivíduos:
- Antonio Marcio Mongelli Garotti – dirigente do Flamengo
- Marcelo Maia de Sá – dirigente do Flamengo
- Claudia Pereira Rodrigues – responsável pelos contêineres usados como alojamento
- Danilo da Silva Duarte – responsável pelos contêineres usados como alojamento
- Fabio Hilario da Silva – responsável pelos contêineres usados como alojamento
- Weslley Gimenes – responsável pelos contêineres usados como alojamento
- Edson Colman da Silva – responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado
O que aconteceu no Ninho do Urubu?
No dia 8 de fevereiro de 2019, um incêndio devastador ocorreu no Ninho do Urubu, onde adolescentes estavam dormindo em contêineres que funcionavam como alojamentos improvisados. O MPRJ destacou várias irregularidades que contribuíram para a tragédia:
- O centro de treinamento operava sem alvará dos bombeiros.
- Os aparelhos de ar-condicionado presentavam problemas de manutenção e iniciaram o incêndio.
- As portas dos contêineres emperraram durante a urgência do fogo; as janelas estavam gradeadas.
- O material utilizado na construção dos contêineres tinha alta inflamabilidade.
- Não havia um sistema adequado de combate a incêndios.
O MPRJ salientou que a tragédia poderia ter sido evitada caso as normas de segurança tivessem sido respeitadas, e por isso pediu a condenação de todos os acusados como uma resposta ao clamor social.
A nota do MPRJ
“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Promotoria de Justiça vinculada à 36ª Vara Criminal da Capital, requereu, no domingo (11/05), a condenação de todos os acusados pelo crime de incêndio culposo que ocorreu no CT Ninho do Urubu, resultando na morte de dez adolescentes e em ferimentos em outros três menores de idade.”
A nota prossegue informando que, após um longo processo com mais de quarante testemunhas ouvidas, o MPRJ considerou que há provas robustas que evidenciam a responsabilidade criminal dos envolvidos, especialmente aqueles que ocupavam cargos de responsabilidade administrativa.
Embora onze pessoas tenham sido denunciadas, algumas foram excluídas do processo por decisões judiciais, e outras absolvidas por falta de evidências de contribuição com o crime. O MPRJ reforçou que as decisões do Judiciário foram baseadas em aspectos jurídicos necessários.
Um episódio que poderia ser evitado
Em sua argumentação, o MPRJ afirma que a tragédia não foi um acidente, mas um resultado direto da negligência dos responsáveis, que sabiam que o centro funcionava sem alvarás e com problemas estruturais. A promotora destacou também a falta de manutenção nos sistemas de ar-condicionado, especificamente um fenômeno termoelétrico que causou o início do incêndio.
Além disso, o relatório enfatiza a escolha inadequada dos materiais e a estrutura dos contêineres, que não ofereciam fuga segura, contribuindo para a gravidade da situação. Não havendo qualquer sistema ativo de combate a incêndios, a tragédia se intensificou rapidamente.
A sociedade espera que os envolvidos sejam responsabilizados e que essa tragédia não seja apenas relembrada, mas que sirva para a implementação de normas que garantam a segurança dos jovens atletas e a preservação de vidas.
Para mais informações sobre este caso, você pode acessar a [fonte](https://esporte.ig.com.br/2025-05-12/mp-pede-condenacao-de-acusados.html).