Brasil, 13 de maio de 2025
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Supermercadistas defendem contrato de trabalho por hora em evento

Representantes do setor supermercadista propõem modelo de trabalho por hora para enfrentar desafios de contratação.

Representantes do setor supermercadista defenderam nesta segunda-feira (12) o contrato de trabalho por hora como solução para a dificuldade de admissão de funcionários. O tema foi abordado durante a abertura do festival Apas Show, feira de alimentos e bebidas, que será realizada até a próxima quinta-feira (15), em São Paulo.

A importância do modelo horista

Um dos que se pronunciaram acerca do assunto foi o presidente da Associação Paulista de Supermercados, Erlon Ortega. Segundo ele, há, atualmente, no estado, 35 mil postos abertos e os empregadores têm encontrado dificuldade para preenchê-los, já que os trabalhadores demandam outros regimes de trabalho. Ortega ressaltou que o jovem não quer mais o modelo antigo de trabalho, busca mais flexibilidade e liberdade. “Precisamos discutir urgentemente o modelo horista, em que o trabalhador pode atuar a qualquer momento. Também é fundamental conectar nossas vagas aos programas sociais, pois o supermercado é a porta de entrada para o trabalho formal”, afirmou.

“Na prática, somos essenciais para o abastecimento desse país, e mostramos isso, principalmente, na pandemia”, completou Ortega, sinalizando a nova realidade do mercado de trabalho.

Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, o pagamento da jornada por hora traz mais liberdade de escolha ao trabalhador. “Qual é a melhor alternativa para os nossos colaboradores? Nenhuma das opções tradicionais é a melhor, mas sim a liberdade de escolher sua jornada de trabalho. Isso só será possível se houver a liberdade de ser contratado por hora”, opinou Galassi. Ele destacou que o setor também se beneficiaria com esse modelo, já que até mesmo funcionários optando por esse regime continuariam tendo carteira assinada e a possibilidade de remuneração maior.

“Cada semana é uma semana. O trabalhador deve ter o direito de trabalhar quantas horas desejar, mantendo a ambição pessoal e a escolha de ganhar mais ou menos”, finalizou, comparando a flexibilidade à situação dos motoristas de aplicativos de transporte.

Contrato por hora e sua regulamentação

Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade do contrato de trabalho intermitente, que foi inserido na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela reforma trabalhista de 2017. Na época, a Corte julgou ações de entidades que representavam frentistas, operadores de telemarketing e trabalhadores da indústria que contestavam essa modalidade. Para essas entidades, o contrato por hora favorece a precarização da relação de emprego e o pagamento de salários abaixo do mínimo, além de impedir a organização coletiva dos trabalhadores.

Conforme a reforma trabalhista, o trabalhador intermitente recebe por horas ou dias trabalhados, garantindo direitos como férias, FGTS e décimo terceiro salário de forma proporcional ao período trabalhado. O contrato deve definir o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao salário mínimo ou à remuneração dos demais empregados que exercem a mesma função. Além disso, o empregado deve ser convocado com, no mínimo, três dias corridos de antecedência e, no período de inatividade, pode prestar serviços a outras empresas.

O impacto no setor varejista

Durante a Apas Show, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a estimativa é que o comércio varejista movimente R$ 16 bilhões este ano. “No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,4%, e os supermercados se expandiram 6,5%. Um setor campeão de empregos e renda”, destacou Alckmin durante sua fala.

O ministro também mencionou que a reforma tributária proporciona “justiça tributária” e que, com ferramentas oferecidas por entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mesmo as empresas de menor porte terão melhores condições de melhorar seus negócios.

Assim, a proposta de um contrato de trabalho por hora é vista como uma solução viável para o setor supermercadista, contribuindo para a flexibilidade desejada pelos trabalhadores e a necessidade de empresas enfrentarem um mercado de trabalho em constante mudança.

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