O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra, nesta terça-feira (12/5), com o presidente chinês Xi Jinping. Esta visita tem como objetivo fortalecer as relações comerciais entre Brasil e China, com Lula já anunciando mais de R$ 27 bilhões em investimentos vindos de empresas chinesas. O momento é crucial para ambos os países, especialmente em um cenário internacional que pede cada vez mais colaborações bilaterais.
Agenda repleta de compromissos e expectativas
A programação do presidente brasileiro inclui sua participação no Quarto Fórum da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – China. Além disso, uma reunião bilateral com Xi Jinping está agendada, onde também estarão presentes Zhao Leji, presidente da Assembleia Popular Nacional da China, e o primeiro-ministro Li Qiang.
Há grande expectativa quanto à assinatura de 16 atos de cooperação, que vão desde protocolos e anúncios a memorandos de entendimento. Outros 32 textos ainda estão sendo negociados entre os dois países. Uma declaração conjunta dos governos também deverá destacar a importância do multilateralismo, da reforma na governança global e de soluções pacíficas para conflitos em andamento pelo mundo.
Benefícios mútuos e acordos estratégicos
De acordo com o Itamaraty, “Brasil e China compartilham interesses e apresentam convergências em tópicos regionais e multilaterais, na ONU, OMC, G20 e BRICS”. Essa institucionalização do relacionamento bilateral é considerada um fator positivo, promovendo benefícios mútuos e contribuindo para a estabilidade em um contexto global cada vez mais desafiador.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) enfatiza que a visita à China reflete os resultados concretos da cooperação multidimensional entre os dois países, abrangendo setores-chave como finanças, infraestrutura, desenvolvimento sustentável, segurança alimentar, transição energética, ciência, tecnologia e inovação.
Uma visão sobre o multilateralismo
Na segunda-feira (12/5), ao participar do Fórum Empresarial Brasil-China, Lula reiterou a importância do multilateralismo em um mundo globalizado, criticando as políticas protecionistas dos Estados Unidos. “Não existe saída para um país sozinho. Temos que trabalhar juntos”, afirmou o presidente, ressaltando que a harmonia entre os Estados foi mantida através de um sistema multilateral robusto, especialmente após a Segunda Guerra Mundial.
Ele não hesitou em criticar a taxação imposta pelo governo de Donald Trump, afirmando que tal política representa um retrocesso nas relações internacionais.
Encontros frequentes com o governo chinês
Esta é a terceira vez que Lula se encontra com Xi Jinping desde o início de 2023. Em abril, o presidente brasileiro esteve em Pequim e assinou diversos acordos bilaterais que visam impulsionar o comércio. Em novembro do ano passado, Xi Jinping foi recebido em Brasília por Lula, após a reunião do G20 que ocorreu no Rio de Janeiro.
Muito antes de sua visita à China, na semana passada, Lula também esteve na Rússia, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin e participou das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, um marco que celebra o fim da Segunda Guerra Mundial. Essas visitas contínuas destacam a prioridade do atual governo em cultivar laços com potências globais, essencial para a estratégia econômica e política do Brasil no cenário mundial.
O que se espera dessa nova fase de relações bilaterais entre Brasil e China é um fortalecimento das parcerias econômicas e uma troca cultural rica, que beneficie ambos os países e contribua para a estabilidade global.