Brasil, 13 de maio de 2025
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Ministério Público pede condenação de acusados no caso Ninho do Urubu

O MP do Rio de Janeiro requer a condenação de sete pessoas pelo incêndio que resultou na morte de dez adolescentes em 2019.

No último domingo, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou a condenação de sete acusados pelo crime de “incêndio culposo” que ocorreu no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em fevereiro de 2019. O trágico incidente resultou na morte de dez adolescentes e deixou outros três menores de idade feridos. Esta é uma ação significativa que revela a responsabilidade dos envolvidos em um evento que ficou marcado na história do futebol brasileiro.

Entenda o contexto do incêndio

A tragédia no Ninho do Urubu ocorreu na madrugada de 8 de fevereiro de 2019 e foi considerada uma das maiores tragédias do futebol no Brasil. Desde o início das investigações, o Ministério Público se comprometeu a apurar os fatos de maneira rigorosa, ouvindo mais de quarenta testemunhas durante mais de três anos. A complexidade do caso, que envolveu uma pluralidade de acusados e a falta de licença de funcionamento do centro, dificultou o processo, mas não impediu que a verdade fosse buscada.

Os acusados incluem Antonio Marcio Mongelli Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo, e Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio. Outros cinco indivíduos estão envolvidos diretamente nas estruturas físicas que acolhiam os jovens atletas, além de um responsável pela manutenção técnica dos aparelhos de ar-condicionado. O MPRJ destaca que as irregularidades no funcionamento do Ninho do Urubu foram decisivas para a ocorrência do incêndio.

Responsabilidades e irregularidades apontadas

Em nota, o MPRJ esclareceu que o centro de treinamento operava sem alvará, ou seja, sem a autorização do Corpo de Bombeiros, e que a falta de manutenção nos equipamentos de refrigeração contribuiu para as irregularidades elétricas que levaram ao incêndio. Tais pontos foram fundamentais para determinar a responsabilidade dos acusados, que ocupavam posições de gestão e tinham a obrigação de garantir a segurança dos atletas, especialmente dos adolescentes que residiam nas instalações.

Quem são os acusados?

  • Antonio Marcio Mongelli Garotti – Diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020
  • Marcelo Maia de Sá – Diretor adjunto de patrimônio
  • Claudia Pereira Rodrigues – Responsável pela assinatura dos contratos da NHJ
  • Danilo da Silva Duarte – Engenheiro responsável técnico dos contêineres
  • Fabio Hilário da Silva – Engenheiro responsável técnico dos contêineres
  • Weslley Gimenes – Engenheiro responsável técnico dos contêineres
  • Edson Colman – Sócio da Colman Refrigeração, responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado

A profundidade das acusões

O MPRJ não apenas responsabiliza os acusados pelas falhas administrativas, mas também enfatiza que a tragédia poderia ter sido evitada com medidas simples de segurança. A promotoria ressalta que a ausência de um sistema ativo de combate a incêndio, a presença de materiais inflamáveis dentro dos contêineres e a falta de manutenção preventiva são elementos que demonstram a culpabilidade dos denunciados.

Além disso, a acusação aponta que as irregularidades nas estruturas dos contêineres, como portas de correr que falharam durante a emergência, agravaram a situação e contribuíram para a alta mortalidade no incêndio. Este conjunto de fatores reforça a argumentação do Ministério Público de que houve uma violação clara do dever jurídico de cuidado, essencial para garantir a segurança dos jovens atletas.

Expectativa pela Justiça

Com a solicitação de condenação, o MPRJ espera que a resposta judicial seja condizente com a gravidade da situação. A sociedade aguarda que medidas sejam tomadas para que episódios semelhantes não voltem a ocorrer, e que todos os envolvidos sejam responsabilizados por suas ações ou omissões. É um momento de reflexão para clubes de futebol e instituições que devem sempre priorizar a segurança e o bem-estar de seus atletas.

Esse desdobramento, após uma longa espera de mais de três anos, é um passo importante para que a justiça seja feita e que as lições da tragédia do Ninho do Urubu não sejam esquecidas. O caso continua a ser uma lembrança dolorosa, mas também um chamado à ação para que as normas de segurança sejam rigorosamente seguidas no futuro.

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